E o jogo sujo já começou em Magé

 “A covardia é a mãe da crueldade.” (Michel Eyquem de Montaigne)

As eleições só vão acontecer no dia 5 de outubro, ainda faltam 223 dias para o pleito e a campanha só vai começar a partir de 1º de julho, mas lá na terra do “ouvi dizer”, do “alguém falou” e do “andam dizendo por aí…”, o jogo sujo já começou e, como sempre, da forma mais sórdida e covarde: anonimamente. Na terra onde se costuma inventar atentados para tentar sensibilizar o eleitor e comprometer o adversário de maior cacife eleitoral, ataque à honra e à religião é lugar-comum, assim como imputar a alguém orientações sexual e de vida diferentes das dos que posam de paladinos da moral e dos bons costumes.

No lugar onde o boato e a desinformação ecoam no tom de verdade absoluta, a banalidade do pensamento dos pequenos de caráter e responsabilidade faz dessas imputações clichês para os que entendem serem elas bomba contra os que rezam por uma cartilha diferente, mas buscam os mesmos votos disputados pelos que se acham donos do lugar e da consciência alheia. Essa gente pequena espalha publicações clandestinas, vai para as redes sociais falar besteiras, disparar ofensas e, se questionados, sacam aquela frase já manjada: “Tenho liberdade para me expressar, para dizer o que bem entendo”.

Sim, claro que tem, mas não para agir assim, pois o dispositivo legal alegado por esses, também veda o anonimato. Chamar alguém de ladrão, disso ou daquilo é permitido pela Constituição da qual os irresponsáveis só conhecem a “liberdade de expressão”, mas essa mesma Constituição enquadra quem falou besteira e não pode provar, permitindo sua condução às raias da Justiça.

O que vem acontecendo nos últimos dias em Magé, em vez de ser exemplo do exercício dessa liberdade, é a confirmação do abuso contra o direito de se expressar livremente. É o retrato fiel da irresponsabilidade refletindo a covardia dos que se escondem no anonimato para consumar aquilo que os covardes não têm coragem de fazer de cara limpa, pois não são homens ou mulheres suficientes para isso.

Tenho moral de sobra para questionar essas idiotices e combater os babacas que se propõem a isso, pois aqui falo às claras e de peito aberto. Quando veiculo uma informação, uma denúncia ou exponho minha opinião todos sabem que eu sou eu, que é tudo comigo mesmo, mas e esses babacas, quem são?