Salário melhor para professor não significa Ideb maior

Cidade da Baixada que mais reajuste concedeu ficou na lanterna

Os professores das redes públicas mu- nicipal e estadual no estado do Rio de Janeiro estão entre os que mais reivindicam e fazem greve no país, segundo aponta estudo do Ins- tituto Executivo de Comunicação (Iecom), mas o atendimento às reivindicações e melhorias salariais não tem contribuído a para melhorar a qualidade de ensino, que é apurada todos os anos através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). De acordo com a pes- quisa, a maior prova disso está no município de Japeri, na Baixada Fluminense, onde, os professores vêm conquistando melhorias sa- lariais desde 2009, em índices maiores que os verificados em outras cidades. Para o pesqui- sador Janio Mota Ribeiro, está derrubado o mito de que professor melhor remunerado rende mais em sala de aula. “Os números do Ideb mostram que é preciso muito mais que melhorar os vencimentos dos profissionais de ensino, e investir em equipamentos e na es- trutura física. É necessário investir mais na qualificação desses profissionais”, afirmou Jânio.

Em janeiro de 2013, por exemplo, os professores da rede municipal de Japeri tiveram aumento salarial de 15%. Com esse reajuste o acumulado em quatro anos atingiu 60%, o maior percentual entre os 13 municípios da Baixada Fluminense, sem contar os abonos de fim de ano que chegam a cerca de R$ 2 mil, mas a educação local ficou na lanterninha do Ideb divulgado este ano, com 3.8 – ao lado de Belford Roxo – quando o mínimo fixado para o estado do Rio de Janeiro é 4.5 nos anos iniciais do Ensino Fundamental e de 3.3 para os alunos finais. A média de Japeri, para se ter uma ideia, está muito distante da de Parcambi (4.9), município onde os professores recebem salários menores.

A avaliação do Ideb divulgada em 2013 tem por base o apurado durante o ano letivo de 2011 e o resultado para a Baixada Fluminense é desanimador: dos 13 municípios 11 foram reprovados. O destaque foi para Paracambi, o único a superar a média estadual. Itaguaí obteve 4,5, Nilópolis 4.4, Duque de Caxias 4.3, Guapimirim 4.3, Seropédica 4.3 , Queimados 4.2, São João de Meriti 4.2, Mesquita 4.1, Nova Iguaçu 4.1 e Magé 3.9. Porém, tão triste quando esse resultado negativo, é saber que grande parte dos profissionais da área desconhece até mesmo o que o Ideb representa: uma pesquisa encomendada ao Ibope pela Fundação Vitor Civita registrou que 47% dos coordenadores pedagógicos das escolas públicas não sabem os números significam.