
Movimento quer discutir propostas que resultem em mais segurança na cidade. Uma delas sugere o fim das UPPs que tiraram os bandidos da capital e os mandaram para a Baixada e o interior do estado
Na próxima segunda-feira, a partir das 18h, pré-candidatos a prefeito de São João de Meriti, parlamentares do município, líderes comunitários e representantes do comércio e da indústria locais estarão reunidos na Câmara de Vereadores para a abertura do Movimento Meriti Pela Paz, oportunidade ao debate e a aprovação de propostas que possam vir ajudar no combate a violência. Sem cor partidária, o movimento vai avaliar, inclusive, uma sugestão que deverá gerar grande polêmica, o fim das Unidades de Polícia Pacificadora, um projeto de segurança pública que privilegiou alguns bairros do Rio e prejudicou os municípios da Baixada Fluminense, região que além de perder parte significativa do efetivo policial, foi invadida pelos bandidos que as UPPs tiraram dos morros e favelas cariocas.
“Nós vamos ouvir os representantes da sociedade civil organizada, reunir propostas e apreciá-las em plenário. Uma vez aprovadas, as ideias serão levadas às autoridades estaduais para que providências efetivas sejam tomadas”, explica o prefeito Sandro Matos, que no dia 12 de fevereiro deste ano ouviu, durante uma reunião no Palácio Guanabara, a promessa de que o efetivo do 21º Batalhão da Polícia Militar seria aumentado, mas em vez disso, o policiamento que era feito diariamente por 45 policiais, está hoje a cargo de 38 agentes.
Segundo dados oficiais, desde que as UPPs começaram a ser instaladas na capital fluminense, os batalhões da Polícia Militar da Baixada tiveram seus efetivos reduzidos em 320 homens, piorando uma situação já muito ruim. A migração de bandidos do Rio para a região afeta hoje a maioria dos bairros periféricos, mas nunca foi admitida pelas autoridades estaduais. Em outubro de 2013, por exemplo, o prefeito de São João de Meriti teve uma discussão com o Secretario de Segurança Pública e José Mariano Beltrame chegou a ser deselegante com Sandro Matos, que tentou alertar para o problema. No ano passado o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou que a onda de crimes na Baixada Fluminense havia aumentado 64% desde as UPPS, mas disse que isso “nada tem a ver com a pacificação das favelas”, argumento que irritou os prefeitos da região que cobraram ações efetivas da Secretaria de Segurança, mas nada tem acontecido neste sentido.
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