Cedae teve contrato rompido e foi declarada inidônea, mas continuou operando em Magé por mais 38 anos, para desespero da população

● Elizeu Pires

Renato Cozzolino baixou decreto tirando a Cedae do município em maio de 1983, mas seus sucessores acabaram fazendo “corpo mole” com a estatal

Hoje substituída pela Concessionária Águas do Rio na operação dos serviços de água esgoto, a Cedae sempre foi indesejada no município de Magé por explorar os mananciais locais, mas deixar as torneiras secas. A estadual, que atuou na cidade até o dia 31 de outubro deste ano, chegou a ser “expulsa” e declarada “inidônea para contratar com a municipalidade”, pelo fato de cobrar por serviços de péssima qualidade e nunca ter cuidado do esgotamento sanitário.

Isso aconteceu há 38 anos. Quem resolveu “peitar” a empresa foi o prefeito Renato Cozzolino, o “Homem Chamado Trabalho”, como ele costuma se apresentar. Só que Renato faleceu três anos após tomar essa decisão e o dito ficou por não dito após a morte do político que até hoje é lembrado como “o melhor prefeito que o município já teve”.

Irritado com o descaso da população, Renato encaminhou um projeto de lei à Câmara de Vereadores para que a Prefeitura fosse autorizada a romper o convênio com a Cedae, e no dia 4 de maio de 1983 emitiu o Decreto 510, rompendo o contrato.

Fim da cobrança por estimativa – Além de não cumprir com os objetos do convênio e desrespeitar as regras do jogo, a Cedae não instalava hidrômetros para medir o consumo, optando por fazer a cobrança na base do “chute”, o que provocava desconfiança nos consumidores que conseguiam recebiam água regularmente em suas casas, situação que a concessionária que assumiu os serviços há 30 dias promete mudar.

Em visita a Magé, onde se reuniu com lideranças comunitárias, superintendente regional da Águas do Rio, Cleyson Jacomini, assumiu o compromisso de levar “mais água de qualidade, elevar o nível de saúde e dignidade aos consumidores que sofrem com o desabastecimento constante”, mas serão instalados medidores de consumo nas residências.

Ao todo, de acordo com a concessionária, o município de Magé vai receber R$ 790 milhões em obras de saneamento em Magé ao longo da concessão. A meta, segundo informa a empresa, é que, em 10 anos, a empresa universalize o acesso à água tratada e, em 12 anos, o serviço de esgotamento sanitário.

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