Em Porto Real dinheiro demais atrapalha

Só nos dois primeiros dois anos de seu mandato Cida teve mais de R$ 400 milhões para administrar, mas está terminando o mandato, segundo algumas lideranças comunitárias, ‘sem mostrar a que veio’

Em dois anos a gestão atual teve mais da metade do total dos recursos que entraram nos cofres da Prefeitura durante os oito anos da administração anterior

Com cerca de 20 mil habitantes, o município de Porto Real, proporcionalmente falando, é uma das cidades mais ricas do estado do Rio de Janeiro, com mais recursos financeiros que muitos municípios com universo populacional até dez vezes maior, mas tanto dinheiro parece ter atrapalhado a gestão da prefeita Maria Aparecida da Rocha Silva, a Cida (PDT), que só nos dois primeiros anos de sua administração teve uma receita de cerca de R$ 410 milhões, mais que o dobro dos R$ 800 milhões computados durante os oito anos de gestão do ex-prefeito Jorge Serfiotis, que realizou dezenas de obras, enquanto a sua sucessora, segundo algumas lideranças comunitárias, “ainda não mostrou a que veio”. Esse entendimento popular talvez seja a maior alavanca para o alto índice de reprovação conferido ao governo dela, uma administração que está a exatos 239 dias do fim.

Como acontece em todos os municípios brasileiros, Porto Real também está em crise e a receita é bem menor atualmente, mas onde e em que foram investidos os recursos fartos de 2013 e 2014? Essa é a resposta mais cobrada pela população que não vê obras importantes sendo inauguradas e a cada dia assiste piorar ainda mais a qualidade dos serviços oferecidos pela municipalidade. “A impressão que temos hoje é de que a máquina administrativa está parada não por falta de combustível, mas pela inexistência de um condutor. Nossa prefeita parece que se atrapalhou. Ela começou errado quando permitiu que contratos de terceirização que consumiam mais de R$ 4 milhões por mês fossem formalizados no início da gestão dela em atos praticados pelo ex-secretário Célio Gammaro (Administração e Fazenda), que na verdade mandava mais do que ela. A percepção é de que ele era o prefeito e Cida sua coadjuvante”, diz um aliado preocupando com os rumos que a cidade está tomando.

A prefeita que hoje reclama que não tem dinheiro para nada, é a mesma que em 2013 teve uma receita de mais de R$ 207 milhões e exatamente R$ 202.489.420,20 no exercício seguinte, sem contar uma reserva de pouco mais de R$ 5 milhões deixada pela administração anterior, referente à sobra do exercício de 2012.

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