Números mostram que Rio das Ostras poderia estar melhor

O município teve entre 2013 e 2015 a maior arrecadação de sua história

Com toda crise nacional e queda nos repasses dos royalties do petróleo, Rio das Ostras registrou entre 2013 e 2015 a melhor arrecadação de sua história, uma receita superior a atingida nos quatro anos anteriores. Os números são da própria Prefeitura e revelam um contrassenso aos olhos de quem depara com uma cidade bem pior do que a que o prefeito Alcebíades Sabino encontrou em janeiro de 2013, quando iniciou seu terceiro mandato. Segundo os números, o município teve uma receita de R$ 2.105.813.116,46 nos três primeiros anos da administração atual, mais que o total verificado de 2009 a 2012, que ficou em R$ 2.062.582.500,00, arrecadação da qual sobraram R$ 178.053.700,00 para o gestor atual administrar. Somando os valores arrecadados este ano, o governo que termina no próximo dia 31 teve ainda mais dinheiro: os números de 2016 apontam que até setembro entrou nos cofres da municipalidade o total de R$ 338.573.396,23, o que eleva a receita do período desta gestão para mais de R$ 2,5 bilhões, sem contar o saldo dos quatro anos anteriores.

Tantos números e valores diversos podem dificultar a análise do contribuinte, mas o estudo divulgado no ano passado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro mostra que tanto dinheiro não ajudou em nada o município, que parou no tempo. Os dados do Índice Firjan de Gestão Fiscal referente ao ano de 2015 conferem notas baixíssimas em investimentos, com o município despencando da confortável posição que ocupava antes para o 10º lugar no estado e para a 641ª colocação no ranking nacional, colocações desonrosas para uma cidade que de 2006 a 2012 ficou sempre entre os três primeiros colocados no território fluminense e entre as 30 primeiras do país.

Na dura realidade os dados do Índice Firjan de Gestão Fiscal mostram uma cidade mal avaliada nos últimos três anos, caindo do Conceito A (Gestão de Excelência) para o Conceito C (Gestão em Dificuldade), por conta da má administração dos recursos públicos, mas ainda a outros números a confirmarem o já classificado como má gestão: ao todo, de 2013 a 2015, os gastos da Prefeitura com a folha de pagamento superaram em mais de 70% ao que foi investido nos três últimos anos da gestão anterior.

O somatório dos anos de 2010, 2011 e 2012 foi de R$ 541 milhões, enquanto a gestão atual gastou em 2013, 2014 e 2015 um pouco mais de R$ 917 milhões, registrando uma diferença de mais de R$ 376 milhões e, como se não bastasse, apesar de ter arrecadado mais que a administração anterior, o governo atual investiu cerca de 50% menos que anterior, aplicando no bem estar do cidadão menos de R$ 300 milhões nos últimos três anos, quando os investimentos verificados em 2010, 2011 e 2012 passaram da casa de R$ 430 milhões.

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