Terceirização de mão de obra é conta salgada em Tanguá

E a Prefeitura não diz quantos são nem onde os contratados trabalham, muito menos o que eles efetivamente recebem por mês, já que há denúncias de que a Prefeitura estaria pagando até três vezes mais do que os trabalhadores ganham

De janeiro de 2013 até ontem o município de Tanguá já teria gasto mais de R$ 18 milhões com a contratação de mão de obra terceiriza, muito dinheiro para ser empregado desta forma, considerando tratar-se de uma das menores e mais pobres cidades do estado do Rio de Janeiro e levando em conta o péssimo funcionamento da máquina administrativa conduzida pelo prefeito Válber Luiz Marcelo de Carvalho (foto). O valor é estimado, porque os números relativos às despesas dos dois primeiros anos da atual gestão desapareceram do sistema da Prefeitura, constando nos registros apenas os valores pagos em 2015 e 2016. Na verdade, mais que o montante exato já pago a Cooperativa de Profissionais de Serviços Gerais (Coopsege) – que fornece pessoal para vários órgãos da Prefeitura – é preciso que se explique quantos contratados existem, onde eles estão lotados e quanto efetivamente recebem por mês, uma vez que há denúncias de que um trabalhador que ganha cerca de R$ 1 mil de salário estaria custando até três vezes mais aos cofres da municipalidade.

Os registros apontam que no ano passado a Coopsege recebeu R$ 4.138.059,66 e que de janeiro até o último dia 6 os pagamentos somaram R$ 3.497.756,56. Entretanto, pelo menos mais cerca de R$ 900 mil, segundo informa uma fonte ligada à Prefeitura, deverão ser pagos até o próximo dia 31. A cooperativa vem fornecendo pessoal para exercer funções de natureza permanente, cargos que só deveriam ser preenchidos mediante aprovação em processo seletivo de ampla concorrência. Para isto o governo tem uma pronta resposta. Diz que está promovendo um concurso público e que as provas serão aplicadas em janeiro. Entretanto, estão sendo oferecidas apenas 80 vagas, o que, revela gente do próprio governo, não dá nem para a saída.

“A contratação através de uma cooperativa ou organização social resolve o problema do governo com os vereadores, que assim conseguem empregar seus indicados. Existem muito mais que 80 terceirizados. Este concurso é só para dizer ao Ministério Público que a Prefeitura quer regularizar a situação de pessoal, mas não vai resolver nada e a terceirização vai acabar continuando”, diz a fonte.

O contrato inicial com a cooperativa tem o valor global de R$ 3,6 milhões e vem sendo renovado desde 2014 através de termos aditivos que ampliam prazo, reajusta o montante a ser pago embora a maioria dos terceirizados não receba mais que R$ mil de salário.

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