
Os repasses constitucionais feitos este ano chegam a R$ 12 milhões, mas falta de transparência mantém tudo em segredo e não dá para saber o que foi gasto até agora, onde e em que
Há exatos 44 dias no cargo, o prefeito Jocelito Pereira de Oliveira, o Zelito Tringuelê (foto), parece que foi contaminado pelo vício de seu antecessor, o ex-prefeito Marcos Aurélio Dias, que adorava esconder as contas públicas. Isto porque os repasses constitucionais feitos para o município de Guapimirim do dia 1º de janeiro até a última sexta-feira (9) somam cerca de R$ 12 milhões e não há nenhuma informação sobre eles no Portal da Transparência, o que contraria a lei e impede o controle social. Só de royalties do petróleo a Prefeitura recebeu no período R$ 3.246.550,32. Também foram creditados R$ 3.283.201,72 do Fundeb, R$ 3.848.669,84 do Fundo de Participação dos Municípios e R$ 828.862,75 do Fundo Nacional de Saúde, sem contar os valores do ICMS.
Além desses valores, faltam no sistema de registros de receitas e despesas da administração municipal publicações oficiais e não dá para saber, por exemplo, como foram adquiridos remédios, produtos correlatos e gêneros alimentícios para abastecer as unidades de saúde, já que o governo propala que já normalizou o atendimento e hoje não falta mais nada. É preciso explicar, por exemplo, quem forneceu o que e de que forma os produtos foram comprados e pagos, se é que foram feitos pagamentos, pois não se vê um só aviso de licitação, nem mesmo aqueles comuns das alegadas emergência para o poder público poder contratar serviços e fornecimentos de quem bem entender, eliminando a concorrência.[
Na semana passada vários servidores se queixavam de que o salário de janeiro – que segundo informações da administração municipal fora depositado no último dia 30 – não havia caído em suas contas e que ao buscarem informações sobre o problema eram jogados de um setor para o outro. O maior volume de queixas partiu de profissionais de ensino, única categoria com recurso financeiro para garantido para suas remunerações, os repasses do Fundeb, mas até agora o governo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
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