Empresa que atua na saúde não paga trabalhadores em Porto Real

O Hospital Municipal São Francisco de Assis tem vários serviços terceirizados, mas o sistema da Prefeitura não informa quanto isso custa aos cofres da municipalidade

Eles atuavam nas unidades de atendimento médico e agora não sabem a quem cobrar, pois foram contratados por uma firma que compartilha o CNPJ com outra e seria ligada à Locanty

Desde o final de 2012 – quando vários contratos foram prorrogados sem licitação, com o comprometimento de cerca de R$ 80 milhões – que a terceirização de serviços e mão de obra vem causando polêmica em Porto Real, um pequeno município da região Sul do estado do Rio de Janeiro. Os contratos são originários da primeira gestão do prefeito Jorge Serfiotis (de 2005 a 2008), se arrastaram pelo segundo mandato dele (de 2009 a 2012) e tiveram continuidade na administração da prefeita Maria Aparecida Rocha, sucedida este ano por Serfiotis, que vem mantendo a terceirização. Ocorre que centenas de trabalhadores foram demitidos recentemente e não sabem a quem cobrar seus direitos, entre eles os salários de fevereiro e março, pois foram contratados pela Space 2000 Comércio e Serviços, substituída pela Laquix Comércio e Serviços, que aparece com o mesmo número de CNPJ da Space.

Está não é a primeira vez que a Space 2000 aparece de forma negativa. No dia 12 de 2014 o vereador Jefferson Moura, da capital fluminense, deu entrada em requerimento pedindo à Câmara Municipal do Rio de Janeiro informações sobre a empresa, que prestava serviços terceirizados de limpeza para a Casa legislativa. Segundo o vereador, a Space 2000 teria ligações com a Locanty Comércio e Serviços, denunciada no ano de 2012 por oferecer propinas para ganhar licitações na área da saúde e financiar campanhas do PMDB no estado.

Além dos vencimentos de fevereiro e março os trabalhadores que cobram benefícios como vale-alimentação e vale-transporte. Eles afirmam que o vale-alimentação deixou de ser pago há seis meses e o vale-transporte a oito meses e que muitos estão com férias atrasadas. De acordo com os trabalhadores, eles foram colocados em aviso prévio no dia 27 de fevereiro, mas não foram comunicados sobre isso.

Para manter a terceirização no setor de saúde a Prefeitura de Porto Real anunciou Pra o dia 24 de fevereiro o Pregão Presencial 001/2017 do Fundo Municipal de Saúde, com a finalidade de escolher uma empresa “para prestação de serviços continuados, objetivando a estruturação e suporte nas áreas de Administração, Planejamento, Transporte e Infraestrutura, exercendo atividades de manutenção, asseio, limpeza e conservação, transporte e apoio administrativo nas unidades de saúde, principalmente no Hospital Municipal São Francisco de Assis”. Entretanto, ano hoje a administração municipal não disponibilizou o resultado nem publicou no Portal da Transparência o novo contrato, o que impede a população de saber o quanto está pagando por algo que sempre pesou demais no orçamento da municipalidade.

 

 

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