Mutirão da Saúde de Resende exala cheiro de enxofre

As ações seriam desculpa para o governo firmar contratos sem licitação

A birra do prefeito de Resende em não se reunir com os membros do Conselho Municipal de Saúde poderá render-lhe mais uma denúncia no Ministério Público. É que Diogo Balieiro Diniz (foto) resolveu fazer oba-oba com um mutirão na Saúde, sem informar quanto isso está custando aos cofres públicos. De acordo com a Prefeitura, cerca de seis mil procedimentos serão feitos durante essas ações, mas se Diogo não tivesse levado o setor ao estado terminal em apenas cinco meses de gestão, os tais mutirões e as despesas misteriosas seriam desnecessárias. Se já não é boa, a situação do prefeito pode se complicar ainda mais, já que alguns conselheiros suspeitam que ele pode ter agido de caso pensado ao criar uma espécie de bolha no sistema de Saúde para poder justificar possíveis contratações milionárias envolvendo laboratórios, hospitais, fornecedores e profissionais de saúde para agora dar suporte ao mutirão propagandeado por ele.

A nuvem de dúvidas e o temporal de questionamentos sobre as ações da administração municipal se devem ao fato de o Portal da Transparência de Resende não disponibilizar os dados de forma clara e objetiva, não mostrando, por exemplo, contratações que estariam escondidas nos subterrâneos do governo, questões já levadas ao conhecimento do MP, que deverá ser acionado mais uma vez nos próximos por conselheiros, que cogitam um novo questionamento.

Os mutirões se tornaram uma espécie de “garoto propaganda” da gestão de Diogo Balieiro, mas os mais atentos já perceberam que essas ações envolvem contratações sem licitação, mesmo para realização de pequenos serviços de apoio e fornecimento de refeições. Um exemplo disso foi o mutirão da dengue, que levou dos cofres públicos pelo menos R$ 13 mil em dois dias de serviço, despesas de R$ 5.088, com a W A Restaurantes e outro de R$ 7.980, com a Cruz Vermelha, ambas sem licitação, valor que não inclui a empresa dona dos maquinários envolvidos na operação.

Uma realidade bem diferente da retratada pelo governo municipal, que dá a entender que os serviços são realizados unicamente de forma voluntária, por cargos comissionados e membros das comunidades. Como o prefeito também não explica por que sucateou em apenas cinco meses a já combalida Saúde de Resende, o conselho e boa parte da população desconfia que os mutirões de Diogo podem estar saindo caro aos bolsos dos contribuintes resendenses, podendo levar “multilhões” de reais dos cofres do município, sem licitação. Para piorar, a Conferência Municipal de Saúde, evento previsto em lei para a definição das diretrizes do setor, corre o risco de não acontecer, o que poderá render ao prefeito outra denúncia ao MP.

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