
Restauração da Fazenda do Brejo vai ser discutida em audiência pública
Propriedade de marquês, conde e comendador, a Fazenda do Brejo – localizada em parte das terras onde está a Universidade Abeu – é o berço da história de Belford Roxo, que começou a se desenvolver graças ao engenho de açúcar que nela funcionava. Hoje, o que resta da propriedade é um acervo arquitetônico que há anos está para ser restaurado, mas a ideia nunca chegou a ser colocada no papel. Agora, 202 anos depois da construção da sede da fazenda, a Prefeitura quer debater com a sociedade um projeto de revitalização que visa transformar o que dela resta em um centro cultural, um espaço para exposições permanentes, onde o passado e o presente possam se encontrar, “um aglomerado de bem estar, saúde, meio ambiente, lazer, cultura, história e turismo”, como define Flávio Gonçalves, secretário de Meio Ambiente.
Conta a historia que a Fazenda do Brejo teve como primeiro dono o padre Miguel Arcanjo Leitão e só ganhou melhorias a partir de 1815, quando foi comprada pelo marquês Felisberto Caldeira Brant , que morreu em 1842, deixando-a de herança para o filho, o conde Pedro Caldeira Brant, que acabou vendendo a propriedade ao comendador Manuel Coelho da Rocha, em 1851. Com espírito empreendedor, Coelho da Rocha doou parte de suas terras para instalação dos trilhos da Estrada de Ferro Rio d’Ouro, inaugurada em 1883, dando início ao desenvolvimento local.
No inicio do século 20, diz o historiador Gêneses Torres, a Fazenda do Brejo teve sua extensão de terras dividida em loteamentos, mas a casa grande se manteve imponente até o final da década de 30. Em junho de 1931, por exemplo, foi visitada pelo presidente Getúlio Vargas, recebido com festa família Coelho da Rocha.