Empresas de ônibus estariam pretendendo tirar vans de circulação

Há décadas que as empresas de ônibus vinham explorando as linhas municipais sem licitação e nunca se queixaram disso. Só foram legalizadas no ano passado. Agora, com o cancelamento do processo licitatório das vans vêem a chance de dar fim ao transporte alternativo com a a cumplicidade do governo

Os trabalhadores do transporte alternativo de passageiros em Nova Iguaçu temem possível ação judicial a partir do cancelamento da licitação que regularizaria o serviço no município

As semelhanças dos casos não estão sendo vistas como meras coincidências pelos trabalhadores que ganham a vida com o transporte alternativo no município de Nova Iguaçu. É que seis dias após a publicação de um ato cancelando o processo licitatório 056/CPL/16, aberto para legalizar a exploração do serviço, donos de vans e kombis que suprem as deficiências dos concessionários nas linhas regulares, foram informados de que empresas de ônibus teriam impetrado uma ação judicial para retirar esses veículos de circulação e estariam contando com isso com apoio da Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana. Ao assinar o cancelamento da concorrência o secretário Herval Barros de Souza alegou como principal motivo o estado de calamidade financeira decretado pelo prefeito Rogério Lisboa. Esse foi o mesmo argumento usado pelo secretário para contratar, sem licitação, a Rodando Certo, empresa que explora o depósito público de veículos e o reboque de carros no município.

A licitação das linhas de vans foi aberta em setembro do ano passado e só não foi concluída dentro do exercício de 2016 porque o edital caiu em exigência no Tribunal de Contas do Estado. De acordo com uma fonte ligada ao governo, só estaria faltando agora a marcação de uma nova data, mas o governo preferiu cancelar todo o trâmite. Na verdade a licitação do serviço de transporte alternativo é uma recomendação do Ministério Público, que há anos mostra preocupação com isso. Ontem ninguém na Prefeitura soube informar sobre a existência de tal ação, o que também não foi confirmado por nenhuma entidade representativa das empresas ou qualquer empresa do setor

A proposta agora descartada pela Prefeitura era padronizar o serviço, assim como foi feito com os ônibus que há mais de 30 anos vinham explorando as linhas municipais sem licitação. A ideia era regularizar as 34 linhas já exploradas, legalizando a situação de 320 veículos que já prestam esse serviço e abrindo mais 81 vagas.

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