“Terrorismo” chega antes do ponto biométrico em Nova Iguaçu

Em vez de controle, governo ameaça com corte a quem realmente trabalha

Em vez de se preocupar em tomar providências quanto às denúncias de que boa parte dos nomeados para cargos de confiança em sua gestão estaria recebendo salários sem trabalhar, o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (foto), resolveu marcar em cima os “carregadores de piano”, servidores que realmente atuam nos setores onde estão lotados. É isso que começaram a perceber funcionários efetivos do setor de saúde que chegaram a aplaudir a adoção do ponto biométrico anunciada no início do mês, acreditando que o sistema faria justiça a quem trabalha além da carga horária na Maternidade Mariana Bulhões e no Hospital da Posse, mas ficaram apreensivos ao tomarem conhecimento de que o escolhido para cuidar da implantação é o ex-secretário de Administração de São João de Meriti, Maik Elias Matta Junior, nomeado esta semana para o cargo de superintendente de Governo. Ele coordenou a biometria na gestão do ex-prefeito Sandro Matos e deu tudo errado para os cumpridores de horário.

Ontem na Maternidade Mariana Bulhões – onde a implantação vai ser concluída primeiro – funcionários estavam em polvorosa, porque Maik teria avisado que haveria cortes nos ganhos, pois a meta, com o ponto biométrico, seria reduzir a folha de pagamento em pelo menos 40% e que o sistema seria o mesmo implantado em Meriti, o tal que não deu nada certo.

Os servidores estão esperando para saber se a empresa que fornecerá os esquipamentos será a mesma que locou e instalou os aparelhos na rede de saúde de São João de Meriti, a LH Plus Comércio e Serviços de Comunicação, que foi aberta no dia 10 de novembro de 2014 e não tinha experiência no mercado nesse tipo de sistema, mas ganhou um contrato de R$ 2.976.405,30 para alugar e instalar os aparelhos.

A licitação a aconteceu no dia 13 de junho de 2015 e o resultado foi homologado no dia 20 de julho pelo prefeito Sandro Matos, que no mesmo dia determinou que fosse feito o empenho no valor global do certame. Além de uma empresa com apenas sete meses de funcionamento (até ao dia da licitação) ter vencido o pregão, chamou a atenção o fato de a LH ter sido a única firma que se interessou a participar da concorrência apesar do valor atraente do contrato.

 

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