Nova Iguaçu implanta núcleo de atendimento às vítimas de intolerância religiosa, uma iniciativa inédita no país

Inédito no Brasil, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Intolerância Religiosa (Navir), começou a funcionar este mês em Nova Iguaçu. O espaço – que vai acolher vítimas de qualquer tipo de preconceito religioso, com atendimento psicológico, assistencial e orientações jurídicas, além atuar na prevenção e combate a esse tipo de violação dos direitos humanos, principalmente em áreas onde há templos de matrizes africanas – foi inaugurado dia 17. Localizado na Rua Terezinha Pinto 297, 3° andar, no Centro do município, o Navir, uma parceria da Prefeitura com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, vai funcionar de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h.

“O núcleo vai procurar atender todas as vítimas de intolerância religiosa não só de Nova Iguaçu, como de toda a Baixada. A proposta é que as pessoas possam procurar o núcleo ao sentirem que seus direitos foram violados quanto a questão religiosa”, afirmou a secretária de Assistência Social, Elaine Medeiros.

Com o Núcleo de Atendimento à Intolerância Religiosa funcionando, a ideia é criar um banco de dados de vítimas desse crime para que os casos sejam acompanhados com mais eficácia, assim como os boletins de ocorrências feitos em delegacias. O espaço terá um memorial para expor utensílios sagrados de templos destruídos, resgatando assim sua história.

“Sabemos do aumento de crimes relacionados à intolerância religiosa em todo o país e aqui em nosso estado não é diferente. Tínhamos que dar esse pontapé inicial aqui na Baixada. Podemos mostrar para o Brasil como podemos viver em harmonia, com tolerância e respeito para diminuir e combater esses crimes. Vamos estar aqui capacitando e recebendo todas as demandas, e iremos trabalhar para a ampliação deste núcleo”, afirmou o subsecretário Estadual de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, Thiago Miranda.

Para o defensor público de Nova Iguaçu, Antônio Carlos de Oliveira, será importante criar um protocolo de atuação para que os casos de violência sejam investigados pela Polícia Civil. Sacerdote do candomblé angola, que fica no bairro Vila Nova há 34 anos, Roberto Braga acredita que o Navir vai estimular pessoas em fazer denúncias em casos de intolerância religiosa.

“Muitos terreiros foram invadidos e depredados. Esse núcleo é uma resposta da nossa luta. As pessoas vítimas de intolerância vão se sentir mais seguras e estimuladas a fazer as denúncias. Agora temos uma voz na Baixada. Já fui ameaçado e agora estou vendo um resultado positivo”, disse Roberto.

(Com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Nova Iguaçu)

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