Organização Social controlada por irmão do pastor Everaldo tem contrato de R$ 140 milhões com a Saúde de Volta Redonda e quem assinou pela instituição foi a pessoa apontada como ‘laranja’ pelo MPF

No mesmo ano em que “venceu” uma licitação aberta pela Secretaria Estadual de Saúde para contratar uma instituição para gerir o Pronto Socorro Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro, no Complexo Penitenciário de Bangu, a Associação Filantrópica Nova Esperança ganhou um contrato com valor global de R$ 140 milhões no município de Volta Redonda, e quem representou a entidade no ato de assinatura foi Claudia Marta Pessanha de Souza que, de acordo relato do Ministério Público Federal na representação encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça para pedir o afastamento do governador Wilson Witzel e as prisões de membros de um esquema de corrupção que teria sido montado para desviar recursos do governo do Rio de Janeiro, atuaria como “laranja” da instituição.

A Organização Social Nova Esperança foi contratada pelo Fundo Municipal de Saúde de Volta Redonda no dia 29 de novembro de 2019 para administrar o Hospital São João Batista. A OS, aponta o MPF, pertence a Marcos Dias Pereira – irmão do pastor Everaldo, que, ainda de acordo com as investigações, tinha tanta influência na gestão do governador Wilson Witzel quanto os empresários Mário Peixoto e José Carlos de Melo, todos presos preventivamente –, mas é administrada por uma ‘laranja’, “que requereu e está recebendo o auxílio emergencial no período de quarentena em razão da covid-19”.

Ascensão rápida – Antes de o pastor Everaldo Dias Pereira surgir como homem de grande influência no governo estadual a Associação Filantrópica Nova Esperança tinha apenas um contrato com a Prefeitura de Campos, no Norte Fluminense, e enfrentava dificuldades. Chegou ao ponto de pedir doações.  No dia 30 de agosto de 2018 a instituição publicou um apelo em seu site solicitando papel toalha, papel higiênico, material de limpeza, gel para fisioterapia, fita crepe, álcool e luvas, e vive hoje uma situação bem diferente…

Segundo as investigações do MPF – com base na delação premiada do ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos – a licitação vencida pela Nova Esperança para gerir Pronto Socorro Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro, foi facilitada com a inabilitação de três participantes.

De acordo com os termos do contrato de gestão hospitalar 142/2019 a Associação Filantrópica Nova Esperança passou a ser responsável pelas atividades de gerenciamento e operacionalização das ações e serviços de saúde, em regime de 24 horas, do Hospital São João Batista, localizado no bairro São Geraldo.

Ainda segundo o documento – no qual a pessoa classificada como ‘laranja’ pelo MPF aparece como diretora-presidente da Nova Esperança –, o prazo de vigência é de 24 meses, com valor global de R$ 140.261.656,50, R$ 69.378.639,37 fixados para o primeiro ano de contrato, sendo que a organização social já recebeu até hoje o total de R$ 45.304.281,81.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Volta Redonda e da direção da Associação Filantrópica Nova Esperança.

Documentos relacionados:

Contrato 142-2019

Pagamentos – 2020

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