Prefeito do Rio também teria o seu Pastor Everaldo…

… sugerem as investigações do Ministério Público

Crivella, apontam as investigações, recebia grande influência de Rafael

O pastor Everaldo Dias Pereira – preso no mês passado no âmbito das investigações de um esquema de corrupção que teria sido montado na gestão do governador Wilson Witzel – não tinha nenhum cargo no governo do Rio, mas estava no topo da cadeia de comando até sua prisão e o afastamento de Witzel. Ainda que indiretamente, segundo apontam as investigações do Ministério Público Federal e a delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, Everaldo mandava nas secretarias de Saúde e Educação, indicando pessoas para serem nomeadas e empresas a serem contadas. Está semana, através de investigações do Ministério Público Estadual, a população toma conhecimento de que o prefeito da Capital, Marcelo Crivella, também teria um homem forte ou uma eminência parda, por assim dizer, mandando muito, até a descoberta de uma suposta “central de propina” na Riotur.

As investigações apontam que o empresário Rafael Ferreira Alves exercia grande influência na Prefeitura do Rio e sobre o prefeito da cidade. Rafael, cita o MP, controlava a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) através de um irmão, Marcelo Alves, a quem indicou para o cargo de presidente. Só em um celular apreendido o MP encontrou 1.949 mensagens trocadas entre Rafael e Marcelo Crivella, além de conversas com outros investigados.

O poder de Rafael na Prefeitura do Rio seria tanto, que a desembargadora Rosa Helena Guita, que autorização a operação de busca e apreensão realizada na quinta-feira (10) em vários endereços – inclusive na residência de Crivella – citou em seu despacho que “a subserviência do prefeito a Rafael Alves é assustadora”.

Interferência – As investigações apontam que a influência de Rafael não era apenas sobre a Riotur, que se estendia a diversos setores da administração municipal, com ele indicando empresas para prestar serviços e apresentando pessoas para serem nomeadas. Em uma mensagem ao prefeito o empresário escreveu: “deixei pro senhor uma indicação – presidência Prevrio”.

Em outra mensagem destacada nas investigações como sendo sobre dinheiro, Rafael reclama com um homem identificado Sergio Mizrah: “Aquela situação seria um ‘vacilo’ e que era ‘parada’ para o zero um”, o que seria uma alusão ao prefeito.

Recurso contra a operação – Ontem os advogados do prefeito recorreram ao Superior Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Impetraram um habeas corpus invalidar a busca e apreensão feita no apartamento de Crivella e no Palácio da Cidade.

Para a defesa do prefeito a operação do MP “representa grave lesão não apenas ao sistema normativo, como incalculável violação à dignidade humana”.  Os advogados citam no documento que os bens apreendidos não foram listados, que no foi feito auto de busca e apreensão, e que os agentes circularam sozinhos em cômodos.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.