“Guardiões” que atuam na tentativa de impedir produção jornalística não é novidade nos municípios da Baixada Fluminense

Julie Alves foi vítima de violência em Japeri e não deixou barato: registrou queixa na Polícia Civil e o agressor foi demitido

Em 2019 uma equipe do jornal Extra se encontrava em frente ao prédio que hoje abriga a Maternidade Municipal de Queimados para ouvir moradores sobre o atraso das obras. De repente surgiu um veículo com homens fazendo cara de mau, coisa típica de tipos bobões a serviço de políticos que não gostam de ver seu seus maus feitos na televisão, na internet ou nas páginas da mídia impressa. A equipe não se intimidou, concluiu seu trabalho e a matéria saiu no dia seguinte.

Em Duque de Caxias as tentativas de intimidação são frequentes, ocorrem principalmente nas unidades de saúde distantes do centro da cidade. Em Magé isso aconteceu algumas vezes durante a gestão da prefeita Núbia Cozzolino, e em Japeri, onde na semana passada um assessor da Secretaria de Saúde agrediu a repórter carioca Julie Alves e o cinegrafista, Vângelis Floyd Ferreira, que produziam uma matéria para o “Fala Baixada”, do canal CNT Rio, no dia 15 de fevereiro de 2019 o então secretário de Governo Rafael Soares, “pagou mico” ao vivo na TV.

No momento em que a repórter Lívia Torres do programa Bom Dia Rio, na Rede Globo, entrevistava alunos da rede municipal de ensino de Japeri – que reclamavam da falta de transporte escolar –, ele chegou por trás e começou a falar sem ter sido chamado na conversa e afirmou ser mentira o que um estudante dizia sobre a falta de ônibus. A repórter continuou com a matéria ao vivo e deixou o secretário falando sozinho.

Na semana passada Julie Alves e Vângelis estavam próximo ao posto de saúde do bairro Mucajá  para mostrarem uma lixeira formada a poucos metros da unidade de atendimento médico. Ao se deslocarem até ao posto para ouvirem o responsável pelo local, um homem que se identificou como funcionário, tentou impedir o trabalho e os xingou. A repórter foi chamada de “macaca” e o cinegrafista de “gordo”, o que resultou em boletim de ocorrência na 63ª DP, com denúncia de lesão corporal, injúria por preconceito e ameaça.

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