Elizeu Pires
Prometendo mudanças, seriedade e transparência com a coisa pública um grupo de quatro vereadores eleitos pelo PL e dois pelo PSD fechou questão em torno da eleição pelo controle da Câmara Municipal e, consequentemente, do governo de Silva Jardim, uma pequena cidade do interior do fluminense, que se minúscula em universo populacional e em importância política no estado do Rio de Janeiro, tem sido grande em escândalos, denúncias de corrupção, fraudes em processos licitatórios e prisões de agentes públicos, como a de um ex-prefeito e a de um ex-presidente do Poder Legislativo.
Se os escândalos serviram para despertar parte dos eleitores que optaram por renovar a composição da Câmara Municipal, também causam preocupação, pois nos meios políticos passou a correr comentários de que o ex-prefeito Anderson Alexandre, hoje deputado estadual, teria atuado nos bastidores para fortalecer a ideia da união que levou o estreante na vida pública Fabrício Azevedo Lima Campos (PSD), a ser escolhido para presidir a Câmara e, por conta do cargo, assumir a Prefeitura interinamente, até que o plenário do Tribunal Superior Eleitoral julgue recurso especial apresentado pela defesa do candidato a prefeito mais votado, Jaime Figueiredo, que teve o registro impugnado.
Anderson Alexandre foi eleito prefeito em 2012 e reeleito em 2016. Em março de 2018 ele renunciou o cargo para concorrer a um mandato de deputado estado pelo Solidariedade. Foi eleito e preso um mês após a eleição, sob a acusação de chefiar um esquema de fraude em licitação, mas manteve a influencia política no município. O medo é de que a gestão interina aceite indicações de Anderson para cargos na administração municipal ou mantenha contratadas empresas que tenham vencido licitações no governo do hoje deputado, principalmente uma conhecida fornecedora de medicamentos e insumos, detentora dos contratos mais volumosos no setor durante o tempo que Anderson Alexandre governou o município.
Conforme o elizeupires.com já revelou, Jaime Figueiredo foi impugnado por ter concorrido por um partido cujo diretório municipal estava em situação irregular na data em que a convenção foi realizada. Ele recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, onde perdeu todos os recursos. Por ultimo ingressou no TSE, onde o ministro Luiz Felipe Salomão, relator do processo, em decisão monocrática, rejeitou recurso especial impetrado pela defesa de Jaime.
O processo ainda será julgado em plenário, o que só acontecerá depois do recesso do TSE, que retorna às atividades no dia 21 de fevereiro. Depois o julgamento final, se mantido o indeferimento da candidatura de Jaime, será marcada uma nova eleição sem a participação de Figueiredo, pois terá sido ele quem deu causa a anulação do pleito.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.
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