Saúde de Queimados deixa a desejar e governo se diz perseguido: Desativou internação de pacientes de Covid-19, mas não quer ser criticado

Elizeu Pires

Há exatos dois meses e 22 dias no cargo, o prefeito de Queimados, Glauco Kaizer, já sofre uma oposição ferrenha e vem sendo muito criticado via redes sociais. Para isso ele tem uma resposta imediata: perseguição, a mesma dada pela secretária de Saúde Marcelle Nayda Pires Peixoto, em relação às criticas que vem sofrendo por conta do fim – em unidade própria – das internações de pacientes com Covid-19 que necessitam de atendimento mais completo. Porém, gostem eles ou não, o setor de saúde precisa de melhor atenção, e transferir pacientes contaminados pelo novo coronavírus para a já sobrecarregada UPA ou para unidades de outros municípios pega muito mal para uma gestão que se propõe fazer a diferença e se anuncia como melhor que a anterior.

O fato é que o prefeito de Queimados e a sua secretária de saúde estão caminhando na contramão. Enquanto os demais gestores municipais brigam pela ampliação do número de leitos para pacientes de Covid, a administração do prefeito Glauco Kaizer fala em economizar. Isso é deixado claro quando a Prefeitura alega que a desativação do Hospital de Campanha se deu porque o seu funcionamento custaria R$ 2,7 milhões mensais. Pois bem. O último boletim da Secretaria Municipal de Saúde aponta para 3.419 casos de Covid-19 confirmados, com 122 óbitos, número de mortos talvez considerado baixo para quem está pensando em economizar diante de tão grave ameaça à vida humana, e não vê menor problema em fazer a chamada “rebocoterapia”,

Na semana passada, no sentido de buscar a transparência no fechamento da unidade municipal voltada para a Covid-19, a deputada Alana Passos ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para denunciar que um funcionário da Secretaria Municipal de Saúde que filmou a situação em que se encontra a Prefeitura batizou como Centro de Triagem teria sofrido assédio moral por conta de seu ato. Alana revelou que já encaminhou vários requerimentos à gestão do prefeito Glauco Kaizer e ainda não recebeu nenhuma resposta.

No mesmo pronunciamento a deputada questionou sobre o destino dado aos dez respiradores doados no ano passado pela Prefeitura do Rio ao município de Queimados para ajudar no enfrentamento da pandemia, resposta que ainda não recebeu. Diante disso, o prefeito e a secretária de Saúde deveriam usar o mesmo instrumento utilizado para dizer que a gestão está sendo perseguida, para esclarecerem a população sobre a alocação dos tais equipamentos.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Queimados.

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