Em Itatiaia bem público é confundido com particular e governo só toma providência depois que o Ministério Público parte para dentro

Elizeu Pires

Depois das prisões do secretários de Saúde e Planejamento, Marcus Vinicius Rebello Gomes e Marcelo de Oliveira Pinheiro, de um assessor e dois empresários pela Operação Aphantropia, realizada pelo Ministério Público com apoio da Polícia Civil no dia 29 de abril, a gestão do prefeito interino Imberê Moreira Alves – que governa o município de Itatiaia desde o dia 1º de janeiro – viveu ontem (11) mais um escândalo.

A até então secretária de Assistência Social Direitos Humanos, Édinei Cordeiro, foi alvo e uma operação de busca e apreensão no âmbito de um inquérito que apura o uso de bem público em benefício privado.  A Prefeitura divulgou uma nota informada que Édinei tinha sido exonerada, e que foi aberta uma sindicância para apurar o caso.

O que já se percebeu no município é que o governo só toma providência depois que o MP e a Polícia agem, sugerindo que é o prefeito está igual a marido traído, sendo o último a saber. Foi assim com Marcus Vinicius, que mesmo com o escândalo das notas atestadas sem o recebimento total de itens adquiridos pela Secretaria de Saúde, só foi demitido quando sua prisão já era dada como certa.

Conforme já foi esclarecido pelo MP, a empresa Latex Hospitalar, com – com cujos sócios Marcus e Marcelo tinha têm ligações, foi contratada sem licitação para fornecer R$ 3 milhões em equipamentos de proteção individual ao hospital da cidade. Em relação à Édinei, pelo que foi apurado até agora, a agora ex-secretária havia levado para sua casa móveis e eletrodomésticos que teriam sido comprados pela Prefeitura para equipar o no Centro de Convivência do Idoso. Na residência dela foram encontrados microondas, panelas, sanduicheira e outros utensílios, que pertencem a administração municipal.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.