Perfis fakes de Japeri seriam de moradores de outras cidades

Apuração de supostos crimes via redes sociais está em andamento

● Elizeu Pires

Acreditando-se protegido por agir através de um teclado de computador ou com telefone celular, um grupo vem atuando em Japeri, na Baixada Fluminense, usando as redes sociais para atacar políticos, empresários e até pessoas comuns com informações falsas e denúncias sem provas. Ocorre que há muito tempo que a internet deixou de ser terra de ninguém, tendo tornado muito fácil identificar quem usa desse expediente para atacar a quem vê como inimigo. Dessa forma, denúncia encaminhada ao Ministério Público aponta que não é formada por moradores do município mais pobre da região boa parte dos possivelmente envolvidos, e a pessoa que seria o mentor do grupo residiria no Recreio, bairro da Zona Oeste do Rio.

Com prints de páginas de redes sociais e de conversas via WhatsApp, a denúncia abriu caminho para investigações em relação ao município de Japeri – onde haveria um certo volume de perfis fakes nas redes sociais atacando quem veicula informações que favoreçam de alguma forma ou contrarie o governo municipal -, mas há apurações sobre atuação de grupos de fakes em outros municípios da Baixada. Além de ataques e disseminação de informações falsas, a denúncia aponta também supostos crimes contra a administração pública.

Sob encomenda – Conforme já foi revelado na matéria Políticos fluminenses estariam contratando fakes para atacar críticos, receber elogios e desmentir notícias negativas sobre suas gestões, veiculada no dia 28 de fevereiro deste ano, teria se tornado comum no estado do Rio de Janeiro a venda de seguidores e contas fantasmas nas redes sociais, que são acionadas sempre que uma determinada pessoa pública recebe uma crítica na internet ou tem o nome citado pela imprensa em matéria aos olhos dela negativa para ela.

O modelo que tem sido usado também por interessados em destruir reputações, fazer denúncias sem provas, independente de quem sejam as pessoas a serem atingidas. Por conta disso há cinco meses os donos de perfis falsos ou anônimos que operam na Baixada entraram no radar das autoridades, que decidiram investigar o serviço sujo prestado via teclados de computador ou através de telefones celulares.

“Quando um gestor público aparece de forma negativa em veículos sérios os fakes entram em ação. As tarefas são distribuídas no sentido de responder com agressões ao autor da publicação, e em defesa do gestor mencionado. As respostas são tentativas de desqualificar o autor e não para esclarecer coisa alguma. Essa prática começou na campanha presidencial em 2018, se alastrou pelo país inteiro, e passou a ser usada no ano passado até em cidades do interior do Rio de Janeiro. A Baixada isso está sendo feito também, mas parece coisa de amador, pois deixa muitos rastros, mesmo usando, por exemplo, contas de Angola, como foi registrado nos últimos dias em um município da região”, disse em fevereiro uma fonte do elizeupires.com, que hoje acrescenta que também “haveria grupos dentro do poder público, supostamente os mesmos meios para atacar gestores e até fazer uma espécie de advocacia administrativa”.

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