● Elizeu Pires
Como resultado de mais uma denúncia apresentada contra ele pelo Ministério Público, o deputado estadual Wanderson Gimenes Alexandre, mais conhecido como Anderson Alexandre, foi afastado do mandato pela Justiça. Dessa vez ele foi acusado de crime de responsabilidade e de integrar uma uma organização criminosa, na qual, segundo o MP, atuava como líder.
A decisão foi tomada pela Vara de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que acatou a denúncia do MP contra Anderson e mais oito acusados, entre eles os ex-vereadores Roni Luiz Pereira da Silva, Jazimiel Batista Pimentel, Adão Firmino de Souza e Flávio Eduardo da Costa Brito.
De acordo com o MP, as investigações demonstraram que os “utilizaram-se indevidamente de valores públicos, no valor preliminar de R$1.023.868,62, nomeando ao menos 54 funcionários fantasmas para ocuparem funções comissionadas na Prefeitura”. As nomeações, sustenta a Promotoria, tinham como objetivo manter o grupo político do hoje deputado no poder. O Ministério Público denunciou também que 32 servidores nomeados dentro da Procuradoria-Geral do Município, foram orientados a ficarem em silêncio durante seus depoimentos.
Anderson foi prefeito de Silva Jardim – pequeno município do interior fluminense – de janeiro de 2013 a março de 2018, quando entregou o mandato para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. Ele ainda pode recorrer contra o afastamento.
Nota oficial – Em texto enviado através de sua assessoria de imprensa, Anderson afirmou que “jamais praticou atos ilícitos, nunca foi condenado criminalmente em nenhuma instância e tem a convicção de que será feito justiça”.
A nota diz ainda que o deputado “permanece no exercício do mandato conferido pela Assembleia Legislativa do Rio uma vez que juiz de primeira instância não tem competência para examinar qualquer ação penal referente a deputado estadual”.
Afirma também que “a denúncia é requentada, ressurge em todo ano eleitoral, na tentativa de difamar o deputado junto ao eleitorado”, e que “é mais uma tentativa de espetacularização e criminalização da política”.
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