PRF humilha motoristas na Baixada

O atendimento no posto da Patrulha Rodoviária Federal em Saracuruna é questionado (Fotos: Ivan Teixeira)

Agentes somem à noite, surgem com a corda toda durante o dia e condutores sofrem na fila para liberação de documentos dos veículos, alguns até apreendidos de forma arbitrária

Quem passa durante o dia pela Rodovia Washington Luiz, na altura de Saracuruna, no município de Duque de Caxias, depara com uma longa fila de carros parados. São motoristas que vão ao posto da Polícia Rodoviária Federal buscar a documentação de seus carros, apreendida por qualquer motivo – dependendo do humor dos agentes – em operações realizadas nesta via e na Presidente Dutra. Hoje um deles era só indignação: ficou exposto ao sol por mais de três horas, tempo que levou para ter o certificado de licenciamento dos seu veículo, retido no último domingo, de volta. A apreensão, conta o motorista revoltado, se deu por conta da película existente nos vidros de seu carro, considerada fora do padrão para o agente que o parou numa blitz nas imediações de Paracambi, mas dentro do regulamento para o Detran-RJ, que em vistoria para renovação do CLRV do exercício de 2016, a aprovou.

As filas podem ser vistas de segunda à sexta-feira e o atendimento vai das 9h às 12h e das 13 às 16, feito normalmente apenas por dois policiais, o que não é suficiente. Sobre o longo período de espera a assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal não dá nenhuma explicação. Quanto a apreensão do documento do veículo com película aprovada pelo Detran-RJ e considerada irregular pelo agente, a assessoria disse que por causa dos jogos olímpicos tem muitos policiais de outros estados atuando nas estradas fluminense, o que não justifica, pois a Resolução nº 254/2007, do Conselho Nacional de Trânsito, abrange todo o território brasileiro e não apenas o estado de origem do tal agente, que deveria saber que o Contran determina que “a transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75% no pára-brisa incolor, 70% no pára-brisa colorido, 70% nas janelas das portas da frente, 28% nos demais vidros (janelas laterais traseiras e vidro traseiro)”, padrão adotado pelo Detran-RJ ao vistoriar os veículos.

“Quando o agente me abordou vistoriou todo o carro e não achou nenhuma irregularidade. Ai se pegou na película, que está dentro do padrão. Argumentei com ele que o filme dos vidros da viatura que ele estava usando era muito mais escuro que o meu, mas não teve jeito. O policial se irritou, aprendeu o documento e me liberou com o carro. Não existe critério. O agente olha pra você, fiz que a película está fora do padrão e pronto. Estão apreendendo documento até de quem esqueceu de acender o farol”, conta o  motorista revoltado.

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