Em audiência, Câmara de Nova Iguaçu debate intolerância religiosa

 “É preciso cultivar o humanismo e preparar a criança na educação de base”

Responsável por várias destruições e ameaças, principalmente em terreiros de candomblé e umbanda, na Baixada Fluminense, a intolerância religiosa tem deixado marcas e transformado a vida de muitas pessoas, que são obrigadas a sair de seus locais de moradia. Preocupada com esta triste realidade, a Comissão de Assuntos Religiosos da Câmara Municipal de Nova Iguaçu reuniu vários segmentos sociais e do poder público para discutir o assunto nesta sexta-feira (18/03. Segundo o presidente da Comissão, vereador Claudio Haja Luz, pastor evangélico, “é preciso que estas agressões parem. Cada pessoa, de acordo com a sua crença, tem o direito de professar a sua fé. Não queremos que aconteçam mais invasões de templos, casas de matriz africana, igrejas. Vivemos num país democrático. É preciso haver respeito. Isto tem que acabar”, afirmou.

O presidente da CMNI e vice-presidente da Comissão de Assuntos Religiosos, vereador Eduardo Reina, disse que é preciso a implantação, no ensino de base, onde a criança começa a sua formação, a discussão deste tema. “Ensinar o que é certo e o que está errado. Ensinar a respeitar todas as pessoas com suas escolhas. Ensinar a respeitar as diferenças”. O vereador Maninho de Cabuçu, membro da Comissão, acredita que a discussão pode elucidar muitas dúvidas e levar à compreensão das escolhas da outra pessoa.

Integrante da mesa, a secretária municipal de Assistência Social, Elaine Medeiros, defendeu a ideia de que combater a intolerância religiosa significa a garantia dos direitos humanos, previsto na Constituição. Padre Luciano Adversi, da Diocese de Nova Iguaçu, disse que a sociedade se encontra no limite em relação a este tema, e que a intolerância religiosa é uma das facetas do fascismo.

Para o coordenador geral do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Intolerância Religiosa (Navir/NI), Robson Oliveira, babalorixá, “o encontro de hoje significa muito em nossa luta. Conseguimos unir forças e traçar linhas de ações, que são muitas. Mas já demos o primeiro passo”. Segundo ele, o Navir faz o acolhimento das vítimas de intolerância e encaminha para as autoridades competentes. Funciona no endereço Rua Terezinha Pinto, 297, 2º andar.

O secretário municipal do Programa de Segurança, que se coloca como um elo entre a Prefeitura e os órgãos de segurança do estado, major Fernando Bastos, disse que a cidade está fazendo um mapeamento dos locais onde têm havido os ataques. “Nossa Secretaria funciona na Rua Itacuruça, 137, atrás da Prefeitura. Qualquer notificação pode ser feita ali. Indicaremos as instruções que devem ser seguidas”.

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