MP desmonta quadrilha que fraudava licitações na Câmara de Resende

Promotoria estima prejuízos no total de cerca de R$ 900 mil

29 de outubro de 2015

Jeremias Casemiro foi afastado da presidência da Casa

O Ministério Público do estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), realizou em Resende na manhã de hoje (29), com apoio de 100 agentes, a Operação Betrug, para cumprimento de cinco mandados de prisão e 24 de busca e apreensão e endereços de pessoas e empresas ligadas em um esquema de corrupção que, segundo a Promotoria, foi montado para fraudar licitações na Câmara da cidade. De acordo com o MP, 13 pessoas foram detidas para prestar depoimento e foram liberadas, mas outras quatros estão presas preventivamente. Pelo que foi apurado até agora, os prejuízos causados aos cofres públicos passam de R$ 880 mil.

A operação é parte de um inquérito que resultou em denúncia à Justiça contra 17 pessoas, entre elas três vereadores, funcionários da Câmara e empresários de Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Porto Real, e das capitais Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo foi apurado, controlador geral da Câmara, Cristian Viana é a peça-chave do esquema. Os agentes estiveram no apartamento dele, no Centro de Resende, mas não o encontraram. No local foram apreendidos documentos e pen drives. Ele foi preso no início da tarde no Rio de Janeiro.

A pedido do MP a Justiça decretou o afastamento do atual presidente da Câmara, Jeremias Casemiro, conhecido como Mirim, e doos vereadores Luiz Carlos de Alencar Besouchet, o Kiko Besouchet1”, e Ubirajara Garcia Ritton, o Bira Ritton. “Os três vereadores estão respondendo na Vara Cível de Resende uma ação civil pública, por improbidade administrativa, justamente pelo fato de terem colocado nos cargos de comissão, importantes da Câmara, pessoas da confiança deles. Pessoas essas que viabilizaram esse grande esquema de fraude nas licitações promovidas pela casa”, explicou o promotor Bruno Gaspar.

As investigações do MP apontam que foram criadas três empresas de fachada para participarem de processos licitatórios. São elas a Fox Gestão Empresarial, Omega Desenvolvimento Empresarial e Lotus Tecnologia, que venceram nove deles, inclusive com uso de documentos falsificados de empresas reais.

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