● Elizeu Pires
Em março de 1997, empunhando uma marreta, o então prefeito de Magé, Nelson Costa Mello, o Nelson do Posto, iniciou a derrubada de uma barreira de concreto construída pela Concessionária Rio Teresópolis (CRT) para fechar uma via municipal no bairro Vila Recreio, para impedir o acesso à rodovia BR-116 dos veículos que saiam da localidade de Piabetá sem passar pela praça de cobrança de pedágio. O ato não resolveu o problema, porque o poderoso consórcio foi à Justiça e a Prefeitura ficou impedida de atuar nesse sentido.
Passados 25 anos a queda de braços foi retomada pelo prefeito Renato Cozzolino Harbe, que não empunhou uma marreta, mas com máquinas pesadas determinou a derrubada da sólida muralha de concreto armado. A CRT – que ilhou Magé cobrando pedágio até dos veículos que circulam dentro do próprio município – já avisou que toda vez que a barreira for derrubada será reconstruída. Bom de briga, o prefeito deu sua resposta à altura: “Quantas forem reconstruídas, tantas serão quebradas”, e foi mais além: “Vamos acabar com os desmandos dessa empresa custe o que custar. Não tem acordo”.
Desde que começou a explorar o trecho da BR-116 que vai de Saracuruna, em Duque de Caxias, até Além Paraíba, o que aconteceu em março de 1996, a Concessionária Rio Teresópolis vem ganhando todas as brigas na Justiça. Agora, quando todos esperavam um endurecimento contra ela pelo governo federal, a empresa teve o contrato renovado emergencialmente por mais 18 meses, e desde o final do mês passado vem cobrando mais caro pela tarifa, que, graças a aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi aumentada para R$ 21,70.
Matérias relacionadas:
CRT: 25 anos de perdas e danos para Magé
Magé: CRT dificulta cadastro para desconto no pedágio
CRT pode ficar mais 25 anos em Magé
ANTT não cogita retirada de pedágio em Magé
Luta contra a CRT terá mais alguns rounds
Teresópolis leva a melhor com a CRT