Sabino deixa “terra arrasada” em Rio das Ostras

A orla da Costazul é hoje o retrato do abandono que afeta todo o município de Rio das Ostras (Fotos:Bruno Tosta)

O estado de abandono é verificado em todos os bairros do município

Do dia 1 de janeiro de 2013 até o dia 30 de setembro desde ano o município de Rio das Ostras registrou uma receita líquida consolidada de mais de R$ 2,3 bilhões, mais que o dobro do que foi arrecadado por cidades com universo populacional bem maior, mas tanto dinheiro não ajudou em nada. Os serviços básicos perderam muito em qualidade e o que se vê nas ruas, inclusive nos bairros com o IPTU mais caro, é abandono. Na rede municipal de ensino os professores sofrem com a falta de material didático e até água e papel higiênico tem faltado nas unidades. No sistema de saúde o atendimento é precário, não há médicos nem medicamentos, o que não é admissível para uma cidade que tem menos de 150 mil moradores e arrecadação acima da média, exatos R$ 2.339,060.396,46 em três anos e nove meses.

Se tem argumentos para falar de crise de hoje, o prefeito teve pelos menos dois anos de fartura que de nada serviram ao povo que o elegeu. Desaparecido das ruas desde as eleições de 2 de outubro, nas quais amargou um terceiro lugar, o prefeito Alcebíades Sabino dos Santos – aos olhos de colaboradores mais próximos – parece meio desnorteado. “Mesmo com um alto índice de rejeição e inelegível ele achava que venceria a disputa. Sabino não aceitou a derrota. Doeu mais ainda porque o Carlos Augusto foi o vencedor”, diz um membro do governo.

Se na orla da cara Costazul o retrato é de uma terra arrasada, nos demais pontos da cidade a coisa é ainda pior. Os quiosques estão danificados e uma longa extensão de piso em madeira está com buracos e pregos a mostra. Nos bairros periféricos terrenos viraram depósito de lixo e entulho, porque a coleta, embora seja uma das mais caras, é feita de forma precária pela empresa Limpatech, que até agosto já havia recebido R$ 15 milhões dos cofres da municipalidade no exercício fiscal de 2016.

Restos de obras e galhos de arvores se misturam a sofás e colchões velhos jogados fora por moradores dos bairros mais afastados da Avenida Amaral Peixoto. A coleta, informa a Secretaria de Serviços Públicos aos contribuintes que reclamam, não pode mais ser feita porque não há dinheiro para custear o serviço, mas o governo que hoje reclama da falta de recursos teve uma receita líquida consolidada de R$ 675 milhões em 2013, R$ 734 milhões no ano seguinte e R$ 590 milhões em 2015. Este ano, até 30 de setembro, a receita foi de R$ 338 milhões, mas nem nos dois primeiros anos da atual gestão as coisas aconteceram.

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