Guapimirim dá calote em professores para gastar com empresas

O prefeito é Marcos Aurélio, mas quem governa, dizem nos corredores do poder, é o secretário Rui Aguiar

Reajuste constitucional da categoria ficou só na promessa, mas a terceirização de mão de obra está rolando solta na rede municipal de ensino

Falta menos de dois meses para o prefeito Marcos Aurélio Dias deixar o governo e até agora nem sinal do reajuste obrigatório que deveria ser concedido em janeiro deste ano aos professores de Guapimirim, com percentual definido em 7,5%. Para não pagar o direito dos profissionais de ensino, Rui Aguiar, secretário de Educação, alega que o município não tem recursos financeiros para isto e põe o descaso da administração municipal na conta da crise. Porém, três contratos de terceirização de serviços firmados em setembro sugerem que a Prefeitura tem sim dinheiro e só não paga o reajuste porque não quer. Revoltados com a situação, os professores estão reunindo assinaturas para uma representação junto ao Ministério Público, através da qual vão pedir que sejam investigadas as razões da não concessão do aumento garantido pelo artigo 37 da Constituição Federal.

Conforme o elizeupires.com já noticiou, a Prefeitura está promovendo uma queima total de fim de governo, fazendo despesas que até mesmo membros do governo consideram desnecessárias. Só em setembro Rui Aguiar comprometeu com terceirização R$ 5,3 milhões. Por R$ 2.653.321,92 a empresa Rio de Janeiro Serviços e Comércio foi contratada para fornecer vigias para as escolas da rede municipal por um período de quatro meses. Já a firma Oliveira Dutra Soluções Integradas firmou com a Secretaria de Educação um contrato de R$ 1.755.116,13 para os serviços de limpeza, copa, refeitório e conservação, serviços de copa e refeitório nas unidades de ensino. O terceiro contrato de terceirização foi assinado com a empresa SR Motors, para fazer a manutenção da frota da secretaria ao custo de cerca de R$ 900 mil.

De acordo com os professores, a administração municipal havia se comprometido em dar o reajuste de 7,% apenas para mês de janeiro deste ano, assegurando que faria o pagamento de forma escalonada, dividindo em cinco parcelas (2% adicionado ao salário de agosto; 1,5% no mês de setembro; 1,5% em outubro; 1,5% este mês e 1% em dezembro), mas não quitou nenhuma até agora.

 

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