PF diz que Garotinho chefia organização criminosa

Anthony Garotinho foi levado na manha desta quarta-feira para a sede da Polícia Federal no Rio (Foto:Agência Estado)

Ex-governador é preso em operação deflagrada contra fraude em Campos

Anthony Willian Matheus de Oliveira, o Garotinho, ex-governador do estado do Rio de Janeiro, vai ser levado da sede da Polícia Federal na capital fluminense ainda hoje para o município de Campos, onde ele responde por fraude no programa social Cheque Cidadão, um suposto esquema de compra de votos envolvendo a maquina da Prefeitura que é comandada por sua mulher, a prefeita Rosinha Garotinho. Ele foi preso na manhã desta quarta-feira em seu apartamento da Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, na Zona Sul do Rio. A prisão preventiva foi decreta pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral. De acordo com o que foi apurado até agora, o esquema pode ter sangrado os cofres da municipalidade em pelo menos R$ 3.5 milhões por mês com pagamentos irregulares de benefícios através do programa de complementação de renda para famílias carentes.

A prisão de Garotinho – que atualmente ocupa o cargo de secretário municipal de Governo – se deu em mais uma fase da Operação Chequinho, desencadeada em setembro pela Superintendência da Polícia Federal em Campos. “Ele (Anthony) é líder de uma organização criminosa. Usou o programa Cheque Cidadão para comprar votos e, consequentemente, fraudar as eleições em Campos”, afirma o delegado Paulo Cassiano, responsável pela operação, explicando que depois de ser ouvido na delegacia de Campos Garotinho irá para o presídio.

Para o advogado Jonas Lopes Neto, que defende o ex-governador, a prisão como arbitrária e indevida. “A prisão é baseada em fatos totalmente inverídicos e nós estamos bastante confiantes de que vamos conseguir em breve a liberdade dele”, diz, afirmando ainda que serão impetrados pedidos de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral e no Tribunal Superior Eleitoral para tentar reverter a prisão.

Outro defensor de Garotinho, o criminalista Fernando Augusto Fernandes, afirma em nota que sua prisão “vem na sequência de uma série de prisões ilegais decretadas por aquele juízo e suspensas por decisões liminares do Tribunal Superior Eleitoral”.

A Operação Chequinho já resultou nas prisões de vários membros do atual governo municipal e de cinco vereadores.

 

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