Rosinha faz “armadilha” para sucessor

Novo prefeito vai ter mais funcionário para pagar e menor dotação orçamentária

O programa social de complementação de renda Cheque do Cidadão implantado pela Prefeitura de Campos, cidade do Norte Fluminense teve um orçamento de R$ 40 milhões para este ano, mas a previsão para o exercício de 2017 será de R$ 28 milhões. A diferença de R$ 12 milhões vai obrigar a nova gestão a fazer cortes, reduzindo o número de famílias beneficiadas, o que certamente deixará o prefeito eleito Rafael Diniz (PPS), em situação difícil entre a população mais carente e parece que é exatamente isto que a prefeita Rosinha Matheus (foto) pretende. Ela e o marido (o secretário de Governo Anthony Garotinho) ainda não se recuperaram da derrota nas urnas logo no primeiro turno – quando o candidato do casal, o atual vice-prefeito, Francisco Arthur de Souza, o Dr. Chico foi massacrado nas urnas – e parecem ainda no palanque.

 A prefeita mandou uma proposta de orçamento que se for aprovada como está vai engessar o próximo governo. Em todo o seu mandato Rosinha teve autorização para remanejar até 50% do total da receita global, mas quer deixar para o sucesso apenas 15%, sem falar em outras “armadilhas”, como a convocação, nos últimos dias, de 200 concursados e nos R$ 100 milhões de contratos de terceirização de serviços, conta salgada para Diniz pagar. A outra “arapuca”, aponta a equipe do prefeito eleito, é a redução de R$ 7 milhões na dotação para mais um importante programa social, o Cartão Cidadão, através do qual o morador de Campos desembolsa bem menos pela passagem de ônibus. A previsão orçamentária passou de R$ 29 milhões para R$ 21 milhões.

Para o prefeito eleito Rosinha está é descontando no cidadão a raiva pela derrota de seu candidato nas urnas. “O que não posso admitir é que por pirraça e revanchismo queiram descontar, não no Rafael Diniz, na população. É essa quem mais vai sofrer com a falta de responsabilidade, com a transição irresponsável que está acontecendo. Eu desci do palanque, a eleição já acabou. Agora, nós temos que administrar esta cidade. O que eu lamento é que, talvez, não tenham descido do palanque ou não tenham aceitado a derrota. Querem se vingar por meio da população. Não estão se vingando do Rafael Diniz, estão fazendo mal à população”, dispara ele.

Com uma transição capenga, Rosinha não vem repassando informações sobre dívidas, quando se sabe que só com os repasses atrasados da contribuição para a previdência dos servidores, o PreviCampos, a dívida passa de R$ 400 milhões. “Transição não é apenas o ato de prestar informação. Eu acho que é o ato de dialogar. Por isso desde o início eu manifestei e repito sempre a intenção de fazer uma transição pacífica e responsável, mas não é o que está acontecendo”, completa.

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