Ex-prefeito de Itaboraí vai responder por associação criminosa

A pedido do MP a Justiça bloqueou os bens de Sérgio Soares

● Elizeu Pires

Sérgio Soares tentou eleger-se deputado federal este ano, mas a teve a candidatura impugnada pela Justiça

O Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Crime Organizado decretou o sequestro dos bens do ex-prefeito de Itaboraí, Sérgio Soares, em ação na qual o político foi denunciado pelo Ministério Público por “corrupção e associação criminosa constituída para a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária”. Também estão no processo o advogado Eraldo Jorge de Oliveira e Sérgio Roberto Schiavini Soares, filho do político. O sequestro envolve ativos financeiros, imóveis ou veículos até o valor de R$ 4 milhões. A decisão engloba ainda o bloqueio de contas bancárias e bens dos denunciados.

A ação criminal é resultado de inquérito instaurado pelo Ministério Público a partir de informações dadas pelo dono de empresas de ônibus que operavam no município. Em delação premiada o empresário revelou a existência de um acordo para que a Prefeitura reprimisse o transporte clandestino de passageiros em troca do pagamento de propina. Pelo que foi apurado pela Promotoria, o empresário pagava R$ 40 mil por mês. O dinheiro, consta da denúncia, era entregue Prefeitura de Itaboraí ou retirado nas empresas. 

Segundo foi denunciado, parte da propina foi usada na compra de uma mansão no bairro Camboinhas, em Niterói, que acabou registrada em nome de uma empresa de Eraldo Jorge. Revela ainda a denúncia à Justiça, que o imóvel foi vendido, com o ex-prefeito e seu filho Sérgio Roberto Soares recebendo salas comerciais como parte do pagamento.

O ex-prefeito tentou eleger-se deputado federal este ano, concorrendo pelo PSD, mas seu registro de candidatura foi impugnado. Sérgio Soares declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de apenas R$ 210.396,99.

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