Lixão clandestino de B. Roxo já havia sido denunciado

O lixão clandestino agora interditado já funcionava antes de a autorização ter sido publicada pela Prefeitura

Mas a autoridade ambiental só agiu depois do noticiário

O aterro sanitário clandestino aberto as pressas pela Prefeitura de Belford Roxo era de pleno conhecimento do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que havia sido alertado sobre o crime ambiental logo depois que o secretário municipal do Meio Ambiente, Flávio Francisco Gonçalves assinou ato oficial autorizando a empresa Força Ambiental – contratada sem licitação pela Prefeitura por – R$ 13,9 milhões a descartar no local o lixo coletado na cidade. Aliás, o lixão já vinha funcionando antes mesmo de a autorização ser publicada no diário oficial, o que aconteceu no dia 25 de fevereiro. O lixão foi interditado na última segunda-feira e isto só ocorreu por causa da atuação da imprensa, que foi acionada por moradores da localidade conhecida como Recantus, onde o “aterro” foi criado pela Secretaria de Serviços Públicos, comandada pelo ex-vereador Luiz Carlos Ferreira Correia, o Luiz Carlos do Caminhão.

Além do Inea, o Ministério Público também foi informado do descarte clandestino de lixo antes de o crime ambiental ter sido tornado público. Uma denúncia assinada por um morador da cidade foi protocolada no MP no dia 8 de março às 16:52:47, sob o número 201700220734. Na representação o autor responsabiliza o prefeito Wagner dos Santos Carneiro e o vice-prefeito Marcelo Canela, apontando que “por ordem dos dois” a empresa responsável pela coleta vem jogando todo o lixo em solo “descoberto e não impermeabilizado”, às margens do Rio Botas, mesmo o município tendo um aterro sanitário licenciado.

Ontem o empresário Moises Boechat – dono do aterro oficial que até o inicio de janeiro recebia o lixo da cidade – denunciou que estaria sendo ameaçado por uma milícia que estaria a serviço do governo, atuando junto com a Guarda Municipal. A Prefeitura deve cerca de R$ 3 milhões a empresa de Moises, que afirmou que nunca se recusou a receber o lixo nem negociar a dívida acumulada. Ele disse isto em resposta ao prefeito, que havia alegado que o empresário havia fechado o aterro para o lixo coletado no município.

 

Documentos relacionados:

Denúncia protocolada

Autorização para uso da área

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