Picciani afirma que não há nada a temer

Jorge Picciani lembrou que o delator Jonas Lopes é muito ligado a um inimigo político seu, o ex-governador e ex-deputado federal Anthony Garotinho, que pretende candidatar-se ao governo em 2018 (Foto:Divulgação/Alerj)

Presidente da Alerj diz não ter medo de “insinuações de delator”

O depoimento do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro prestado à Policia Federal na quarta-feira, para onde fora levado coercitivamente por decisão do Superior Tribunal de Justiça, coube em uma página e meia e durou, segundo ele, cerca de uma hora, tempo gasto para que fossem respondidas três perguntas elaboradas pelo STJ e formuladas por uma delegada da PF. Jorge Picciani falou sobre o assunto em pronunciamento de 25 minutos feitos nesta quinta-feira na tribuna da Alerj. “Nada temia, nada devo e não temo insinuações de delator”, disse o parlamentar, que, segundo afirmou, foi perguntado sobre como foi a tramitação do projeto que alterou as regras do Fundo Especial de Modernização e Controle Externo do TCE, no qual são depositados recursos oriundos de economias orçamentárias; se ele conhecia o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Lélis Teixeira; e se ele tinha conhecimento de que o TCE recebia 1% de todas as obras acima de R$ 5 milhões.

O presidente da Assembleia explicou que as mudanças nas regras do fundo – para que o TCE pudesse doar parte dele para o estado usar nas áreas de Saúde, Educação e Segurança, incluindo Departamento Geral de Ações Sócio-Educativas (Degase) e Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) – foram solicitadas a pedido do próprio presidente da Corte de Contas, Jonas Lopes de Carvalho Filho, que enviou à Alerj, em março de 2016, projeto nesse sentido, que foi aprovado no mês seguinte. Sobre o presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira, Picciani explicou que o conhece porque a entidade participa do Fórum Permanente da Alerj. Fundado há 13 anos, o Fórum propõe caminhos para o desenvolvimento do Rio e funciona como um canal oficial de interlocução do Parlamento com 30 entidades da sociedade civil. Picciani acrescentou que, por isso, Lélis já participou de inúmeros eventos públicos na Casa.

Quanto ao fato de o TCE receber 1% de todas as obras do estado acima de R$ 5 milhões, Picciani ressaltou que nem ele nem ninguém do parlamento poderiam saber disso. “Essa terceira pergunta que a própria delegada disse que não sabia se teria como fazer, foi respondida em meia linha”, afirmou ele, que imagina ser a deleção de Jonas Lopes “extremamente frágil”. Para o deputado Lopes fez essas delações por vingança à CPI do TCE, levada a cabo pela Alerj em 2010, que embora tenha sido anulada pela Justiça, produziu relatório que ajudou os procuradores no processo.

Finalizando o pronunciamento o presidente da Alerj lembrou que Jonas é próximo de um inimigo político dele (o ex-governador Anthony Garotinho). “Só posso entender isso como ilações, porque não há nenhuma acusação de que eu tenha recebido qualquer vantagem ilegal, porque não recebi e não há como provar que recebi. Só posso entender isso como uma tentativa de pegar um parlamento, que tem suas divergências, mas que é transparente”, finalizou.

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