Compra de gás sob suspeita em Japeri

Secretaria de Educação divulga apenas valor global, fazendo segredo da quantidade de botijões e valor unitário

● Elizeu Pires

Em outubro de 2021 a Secretaria de Educação de Japeri, município mais pobre da Baixada Fluminense, abriu uma licitação para comprar 2.922 botijões de gás de cozinha para abastecer 36 unidades de ensino. O pregão presencial 05/21 teve como objeto a aquisição de 2.076 botijas de 13 quilos, além de 846 de 45, pelo valor global de R$ 480.422,44 por um ano de fornecimento. Como não há nenhum contrato para esse objeto disponível no que a gestão da prefeita Fernanda Ontiveros chama de Portal da Transparência, não dá para saber a quantidade efetivamente entregue até agora, muito menos quanto a Prefeitura pagou pelo gás, mas um extrato publicado essa semana no diário oficial do município chamou a atenção e levantou suspeitas sobre o fornecimento do produto às escolas, por conta do valor e do período de duração do contrato.

De acordo com o extrato do contrato 046/PGM/2022, assinado pela secretária Caroline Machado Ontiveros e publicado na última segunda-feira (7) no DO do município, a empresa Welton e Carina Comércio de Gás, vai fornecer botijões P-13 e P-45 durante seis meses pelo valor total de R$ 331.513,20. Considerando essa soma, se o contrato fosse de um ano, o valor da licitação teria sido superado em R$ 182.603,96.

Considerando o valor explicitado no extrato, cada escola vai consumir R$ 9.208,70  em gás durante seis meses, R$ 1.534,78 por mês, o que daria para comprar 14 botijões de 13 quilos a cada 30 dias, isso levando em conta o preço de varejo praticado hoje. Sendo assim a pergunta que se faz é: Quantas botijões de gás as escolas de Japeri estão gastando por mês?

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Japeri.

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