Mesquita paga por transparência que não existe

Empresa contratada por R$ 1,2 milhão em janeiro ainda não disponibilizou as contas da Prefeitura

Quem tenta acessar o Portal da Transparência da Prefeitura de Mesquita não consegue obter qualquer informação, simplesmente porque a página sequer abre. Isso não deveria estar acontecendo, pois desde o dia 26 de janeiro a administração municipal conta – pelo mesmo no papel – com uma empresa encarregada do “fornecimento de licenças de software destinado à gestão pública e data center para hospedagem de nota fiscal eletrônica e o Portal da Transparência”. Trata-se da Modernização Pública e Informática, sediada em Saquarema, que se está prestando os outros serviços para os quais foi contratada às pressas, por 180 dias, ao preço de R$ 1.264.320,00, com certeza não está cuidando da tal transparência, já que nenhum dado sobre a receita acumulada as despesas feitas pela gestão do prefeito Jorge Miranda (foto) estão disponíveis.

Em sua página oficial a Prefeitura de Mesquita diz que “desenvolveu um site para que todo e qualquer usuário da Internet tenha garantido seu acesso”, que “proporciona a qualquer usuário um acesso digno em situações adversas, como conexão de baixa velocidade”, porém nada disso importa se os contribuintes interessados em fazer o controle social que lhes é garantido por lei não têm o que acessar.

Conforme o elizeupires.com já noticiou, a Prefeitura de Mesquita firmou contratos de prestação de serviços e terceirização de mão de obra sem licitação no valor de mais de R$ 52 milhões. Só com a Cooperativa Central de Trabalho (Cootrab) foram quatro ao custo total de R$ 38.597.954,28 por apenas seis meses. A gestão do prefeito Jorge Miranda contratou ainda a empresa Ômega Engenharia de Software por R$ 91.500,00 para emitir em impressão laser os carnês de IPTU e a Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental-que administra o aterro sanitário de Nova Iguaçu – vai receber R$ 2.233.701,00 em 180 dias pela destinação final do lixo coletado em Mesquita.

Também alegando situação de emergência, o prefeito Jorge Miranda homologou mais dois processos de dispensa de licitação, um em favor das empresas HJR Farma e Pérola Transporte, contratadas também por 180 dias. A HJR vai receber de R$ 3.612.099,67 para fornecer “reagentes para teste e material para análise laboratorial e cessão, em comodato, dos equipamentos compatíveis com os referidos reagentes” para a rede de saúde e à Pérola o município vai pagar R$ 6.355.783,92 pelo serviço de coleta de lixo.

 

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