“A reindustrialização é essencial para a retomada do desenvolvimento sustentável”, diz Geraldo Alckmin

O ministro ressaltou que o ministério terá como principal missão promover um amplo processo que fortaleça a cadeia industrial brasileira, além de ampliar as exportações do país – Foto: Ricardo Stuckert

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ressaltou que o novo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços terá como principal missão promover um amplo processo que fortaleça a cadeia industrial brasileira, além de ampliar as exportações do país.

“A reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável. E que essa retomada ocorra sob o único prisma da legítima justiça: o da justiça social”, afirmou o ministro, durante a cerimônia de transmissão de cargo, no Palácio do Planalto. A solenidade contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de ministros, parlamentares, governadores, embaixadores, representantes de entidades setoriais e de entidades representativas de carreiras públicas federais estiveram presentes.

Alckmin destacou que o Brasil deve elaborar com urgência uma política moderna de desenvolvimento industrial e citou a importância do decreto do presidente Lula que criou o Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial (CNDI), que promoverá o diálogo público-privado em matéria de política industrial.

Alinhado às tendências globais, Alckmin anunciou que o novo MDIC contará com uma secretaria de economia verde, descarbonização e bioindústria, que trabalhará em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. “Essa é uma agenda prioritária”, frisou.

Ele também adiantou que o ministério incorpora a Câmara de Comércio Exterior à sua estrutura e que terá sob o seu guarda-chuva a ApexBrasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. “Trabalharemos com a Apex para o reposicionamento da imagem do Brasil no mundo”, avisou Geraldo Alckmin.

Reversão –  Durante seu discurso, Alckmin apresentou diversos números que demonstram a realidade atual do setor. “A indústria é essencial. São essenciais os empregos que gera, os tributos que recolhe, a riqueza que distribui. Para cada real produzido pelo setor industrial a economia ganha algo em torno de R$ 2,43. O impacto positivo é percebido por todos os setores da economia”, declarou.

Ele destacou que é urgente que se promova a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil e citou que apesar de representar apenas 11% do PIB brasileiro, a indústria de transformação aporta 69% de todo o investimento em pesquisa e desenvolvimento.

“A indústria responde por 29,35% da arrecadação tributária, ou seja, quase três vezes o seu peso na economia. O Brasil não pode prescindir da indústria se tiver ambições de alavancar o crescimento econômico e se desenvolver socialmente. Ou o país retoma a agenda do desenvolvimento industrial ou não recuperará um caminho de crescimento sustentável, gerador de empregos e distribuidor de renda”, alertou.

Segundo ele, entre 1980 e 2020, a indústria dos Estados Unidos mais do que dobrou de tamanho. A do mundo ficou três vezes maior. A da China cresceu 47 vezes. Enquanto isso, no Brasil o crescimento foi de apenas 20%.

“Infelizmente, a indústria de transformação tem perdido participação no PIB do país, o que prejudica o crescimento econômico e nos impõe uma indesejada e cara estagnação. A indústria liderou o crescimento econômico brasileiro durante boa parte do século XX e até a década de 1980, quando sua participação foi cerca de 20% do PIB. O que se viu nos últimos anos foi o seu encolhimento, chegando a 11,3% do PIB em 2021”, afirmou o ministro.

Exportações –  Alckmin também discorreu sobre o papel do país nas exportações. “Nossa missão será resgatar o papel que o Brasil merece ocupar no comércio exterior. Estamos seguros de que uma maior integração do comércio exterior brasileiro ao mundo é essencial para o fortalecimento da indústria e dos serviços em nosso país”, afirmou, novamente citando números para contextualizar a realidade brasileira.

“Para a China, por exemplo, que é o principal destino das nossas exportações, três itens, soja, minério de ferro e petróleo, respondem por 75% do total exportado pelo Brasil. O Brasil é um grande competidor no comércio internacional de bens agrícolas. E Isso é muito importante. Já para as manufaturas, a participação brasileira nas vendas globais é de apenas 0,5%, sendo o 22° maior exportador desses produtos”, afirmou. Ele lembrou na sequência que o comércio mundial de manufaturas é quase sete vezes superior em valor ao comércio dos bens agrícolas.

O novo ministro disse que o MDIC trabalhará alinhado com a Apex Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (IBDI), a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) naquilo que chamou de “grande e inovador programa de reindustrialização, de expansão do comércio e de fortalecimento dos serviços no Brasil”.

(Com a Secom do governo federal)

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