Mesquita e Paracambi têm as Câmaras menos transparentes da Baixada, aponta relatório de Universidade Estadual do Norte Fluminense

● Elizeu Pires

Mergulhada em escândalos antigos e recentes, com denúncias de fraudes em licitação e “rachadinhas”, a Câmara de Vereadores de Mesquita é a menos transparente da Baixada Fluminense, um fato que não é nenhuma novidade, mas que agora ganha mais visibilidade, por ser apontado em estudo técnico, uma pesquisa realizada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). O Legislativo de Mesquita somou 54,77 pontos na pesquisa, enquanto a penúltima colocada, a Câmara de Paracambi, chegou 55,57.

A pesquisa sobre a transparência das atividades legislativas nos municípios do estado do Rio de Janeiro com mais de 10 mil habitantes, é um trabalho do Núcleo de Estudos Políticos e do Núcleo de Estudos da Representação e Democracia da UENF, e o município da Baixada com a melhor colocação é Serópedica, cuja Câmara de Vereadores ficou em primeiro lugar na região e na quinta posição em todo o estado, com 82,46 pontos.

Escândalos – Os escândalos no Legislativo mesquitense começaram deste a instalação do antigo distrito de Nova Iguaçu como município e se estenderam pelo menos até o segundo semestre de 2022. Em junho do ano passado o Ministério Público ingressou com ação penal contra o presidente da Casa, Saint Clair Esperança Passos, o Sancler Nininho e mais sete pessoas – a maioria funcionários comissionados da Câmara -, entre elas um cunhado do político.

A 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial do Núcleo Nova Iguaçu apontou o político como líder de uma organização criminosa. O MP foi acionado para investigar denúncias de nomeações de funcionários fantasmas e pagamentos indevidos. De acordo com a Promotoria, as investigações apontaram que “eram utilizadas diferentes práticas ilegais, como a nomeação de funcionários fantasmas, cujos vencimentos eram recebidos pelos integrantes da organização criminosa”.

O MP citou ainda na ação que o presidente “se apropriava dos valores pagos a título de indenização a funcionários comissionados que eram exonerados”, e no dia 5 de outubro Sancler Nininho afastado da presidência por decisão judicial, por conta das denúncias apresentadas pela Promotoria.

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