‘Carona’ em veículos doados pela Justiça do Trabalho

Diogo Balieiro posou para foto junto aos veículos e divulgou a entrega como “grande” realização (Foto: Divulgação/PMR)

Após chamar adolescente de vagabundo, prefeito de Resende faz oba-oba com entrega de dois carros ao Conselho Tutelar, dando a entender que seria um ato de sua gestão  

Ao que tudo indica o prefeito de Resende, Diogo Balieiro Diniz – que venceu as eleições no ano passado prometendo renovação – parece não assimilar que essa cidade do Sul Fluminense não é uma ilha da fantasia, muitos menos um rincão ignorado pelas novas tecnologias da informação. Ontem (28) ele usou sua página nas redes sociais para fazer oba-oba com a entrega de dois veículos ao Conselho Tutelar do município, dando a entender que a aquisição dos automóveis seria uma realização de sua gestão. Os canais de comunicação oficiais da Prefeitura também abusaram no marketing pessoal ao “colocar na conta” do prefeito a obtenção dos dois carros. Mas o que se viu foi o castelo de areia do alcaide desmoronar em poucas horas, quando começou a ser divulgada nas redes sociais que Diogo Balieiro não teria movido uma palha sequer para a aquisição dos veículos, que teriam origem em uma decisão da Justiça do Trabalho de Volta Redonda ao direcionar os recursos arrecadados numa multa judicial para a compra dos carros, o que teria começado em 2016 com uma ação movida pelo Ministério Público contra uma montadora de Porto Real.

A gafe dos veículos cometida por Diogo Balieiro e seus “marqueteiros” aconteceu um dia após o vazamento de áudios do prefeito endossando a ação de um guarda municipal flagrado no final de junho agredindo um jovem durante uma abordagem numa praça do Centro da cidade. Para os observadores mais atentos, Balieiro teria armado o “foguetório” com a entrega dos automóveis para fazer média com os conselheiros tutelares, insatisfeitos com o posicionamento do prefeito em favor da violência contra o adolescente. Por sinal, o jovem virou alvo de uma espécie de condenação proferida pelo chefe do Executivo, sendo classificado como “vagabundo”, “delinquente” e “usuário de drogas”. 

O prefeito, no entanto, não informou a identidade do suposto delinquente tampouco os motivos pelos quais ele não foi conduzido para a delegacia já que estaria usando drogas em praça pública. O caso gerou polêmica nas redes sociais e deverá ser investigado pelo Ministério Público e pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

 

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