TCE quer saber se tem caroço no angu da merenda de Barra Mansa

Tribunal de Contas barrou edital de licitação com custo diário por aluno acima do praticado no mercado

Ao que parece a merenda escolar em Barra Mansa está “salgada”. É o que sugere uma análise do Tribunal de Contas do Estado que, no mês passado, brecou a pretensão do prefeito Rodrigo Drable (foto) de destinar R$ 15,6 milhões a um novo contrato de fornecimento de alimentação às escolas e creches da rede municipal de ensino por um período de um ano, um calendário de 200 dias de aula. Pelo levantamento a merenda estaria “temperada demais”, uma vez que os cálculos do TCE – feitos com base no número de alunos das creches, pré-escolar e educação especial – apontam um custo diário de R$ 20,35 por aluno, dez vezes maior do que é pago por alguns municípios. Mas se o prefeito “carregou no sal”, ele também faz segredo ao não tornar público, como determina a Lei, os detalhes do atual contrato da merenda que, segundo fontes ligadas ao governo, estaria próximo dos “amargos” R$ 15 milhões rechaçados pela Corte de Contas.

Como Drable parece querer “esconder” os ingredientes do contrato da merenda, não é possível afirmar se a atual terceirizada é a AEX Alimenta Comércio de Refeições e Serviços, já que no final de 2016, ainda na gestão turbulenta do ex-prefeito Jonas Marins, a Prefeitura confirmava a vigência do contrato com a empresa, sediada em Piracicaba/SP, ao custo médio mensal de R$ 1,5 milhão, o que na prática totalizaria cerca de R$ 15 milhões anuais em caso de se contabilizar 10 meses de aula.

Há algumas semanas, o governo deixou escapar que no primeiro semestre de 2016 foram gastos R$ 6,7 milhões com a merenda, o que representaria aproximadamente R$ 13,5 milhões ao longo do ano.  Após ser travado pelo TCE, resolveu-se fazer oba-oba com o assunto ao anunciar uma “economia” de R$ 300 mil mensais. Porém não dá pra comemorar, já que os números apresentados pelo próprio governo indicam que ainda há muito “fermento” na merenda de Barra Mansa.

De acordo com a Prefeitura, foram gastos aproximadamente R$ 5,2 milhões no primeiro semestre deste ano, o que proporcionalmente representa R$ 10,4 milhões até o final de 2017. Como este montante é quase 70% dos R$ 15 milhões que Rodrigo Drable pretende, ou pretendia licitar no novo contrato da merenda, o custo diário com a alimentação passa dos R$ 14 por aluno, se comparado com os cálculos do TCE. O que demonstra que o atual contrato da merenda de Barra Mansa já estaria com um ‘gosto amargo’ para o bolso dos contribuintes barra-mansenses uma vez que o valor médio unitário da alimentação gira entre R$ R$ 1,93 e R$ 3,50 por aluno, ainda de acordo com os dados do TCE, que usou dados de licitações semelhantes feitas em Resende, Volta Redonda e Teresópolis, que apresentaram custo diário per capita de R$ 2,93, R$ 1,93 e R$ 3,50, respectivamente.

 

Documento relacionado:

Decisão do Tribunal de Contas

Comentários:

  1. bota caroço nosso! O TCE TE quer saber também se tem vírus nos computadores alugados. Voltando ao caroço no angú… tem também azeite que não é azeite. Bola fora do Rodrgo Drible q saben sabendo da ação do TCE resolve correr postando vídeo para elogiar a merenda e mostrou um tipo de azeite reprovado pelo Proteste.

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