Ele é acusado de forjar viagem à Brasilia na semana do carnaval e o hotel no qual ele alega ter ficado hospedado negou isto em resposta ao Ministério Público
Não é novidade para ninguém que os gabinetes da Câmara dos Deputados ficam vazios na semana de carnaval, mas parece que o prefeito da pequena Pirapetinga, cidade do interior do estado de Minas Gerais, não sabia disso e ‘armou’ para cima da população, anunciando uma viagem à Brasília para buscar recursos através de emendas parlamentares. A ‘armação’ foi levada ao conhecimento do Ministério Público, que ajuizou uma ação contra Enoghalliton Abreu Arruda, o Eno (foto) e, de quebra, solicitou que a Procuradoria da República investigue o gabinete do deputado Misael Varella (DEM-MG), que teria sido o destino de Arruda e de um grupo de assessores. De acordo com a denúncia encaminhada pelo MP os ‘viajantes’ estavam em Pirapetinga nos dias que alegaram estar na capital federal cuidado dos interesses do povo que pagou a conta da viajem que não aconteceu.
A Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa foi distribuída no último dia 10 sob o número 0015651-64.2017.8.13.0511 e nela, além do prefeito, são réus os secretários Ivan Page de Souza Junior (Planejamento) e Túlio Anderson Leite Cornélio (Fazenda); o suplente de vereador Leandro Bastos da Costa e Manoela Fortes Tempera. A promotoria está pedindo que os denunciados sejam obrigados a devolver os valores recebidos, percam as funções públicas e os direitos políticos.
De acordo com o que foi denunciado, Enoghalliton e seus colaboradores teriam fraudado as diárias e para justificar o recebimento do dinheiro alegaram que foram à Brasília para se encontrarem com o deputado Misael Varella e que teriam se hospedado no Hotel Plaza Brasília que, em resposta a pedido de informação feita pelo Ministério Público, negou que isto tivesse ocorrido.
O pedido para que a Procuradoria da República investigue o gabinete do parlamentar se deve ao fato de que o assessor de Misael Varella ter declarado que o prefeito e seus colaboradores estiveram mesmo em Brasília na semana do carnaval para se reunirem com o deputado, declaração considerada falsa pela promotoria.