MPF denuncia 22 pessoas por fraudes contra o INSS

Acusados atuavam em Campos, Casimiro de Abreu, Italva e São João da Barra

 

O Ministério Público Federal apresentou à Justiça denúncia contra 22 pessoas envolvidas numa organização criminosa especializada em fraudes previdenciárias no norte fluminense. O esquema foi revelado em dezembro do ano passado pela Operação Cardiopata, quando foram cumpridos mandados de prisão preventiva,  prisão temporária e busca e apreensão, além de 20 conduções coercitivas. Apontado como líder do grupo, Rogério Vasconcelos Maciel, está foragido, mesma situação de Tiago Correa Tavares. Entre os acusados estão técnicos do seguro social, médicos peritos, médico particular, agenciadores de benefícios e pessoas que integravam o esquema. A operação foi deflagrada a partir do aumento das fraudes individuais em benefícios por incapacidade (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez), com a identificação, em diversos inquéritos policiais instaurados, de semelhante modus operandi empregado, no âmbito da Gerência Executiva do INSS de Campos, desde o ano de 2010, em percentual de concessões superior à média estadual e nacional. Durante as investigações foram identificadas fraudes em 34 benefícios por incapacidade, como auxílios-doença e aposentadoria por invalidez. Pelos cálculos feitos, o prejuízo à Previdência Social é superior a R$ 11 milhões.

Os denunciados estão sendo responsabilizados por estelionato previdenciário, corrupção passiva e ativa, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações do INSS e violação de sigilo funcional. A operação recebeu o nome de Cardiopatas, porque a maioria dos beneficiários cooptados pela organização criminosa é suspeita de simular a ocorrência de miocardiopatia dilatada. Segundo foi apurado pelos procuradores da República Bruno de Almeida Ferraz, Jessé Ambrósio dos Santos e Luis Cláudio Senna Consentino, a organização criminosa recrutava pessoas saudáveis que apresentavam à perícia os exames de uma pessoa de fato doente como se fossem delas. Servidores do INSS, incluindo médicos peritos, que participavam do golpe, aprovavam os exames e autorizavam o auxílio-doença.

Da lista de denunciados fazem parte Rogério Vasconcelos Maciel, Mateus Silva Abreu Lopes, Mauro Heleno Silva Primo, Paulo Cesar Limar de Abreu, o Paulinho Cambaíba; Joelso Braga Laudindo, o Cisso, José Augusto da Silva Barbosa, o Gugu, Benedita Silvestre da Silva, Amaro de Souza Sardinha, Givanildo Pereira da Silva, Joacyr de Souza Conceição, Tiago Correa Tavares; além de Cristóvão José Gomes de Souza e Gilmar da Silva Ferreira, que usava a mãe Celi Christiano da Silva Pereira para falsificar exames cardíacos; Jairo Rodrigues Perissé, Antônio Carlos Abílio Nogueira, o Toninho, Sueli Gomes Caetano da Silva, Vilma Barbosa Tavares, Nelma Maria Lopes Sales de Oliveira e o estagiário Bruno Sales de Araújo Feio. Também integram a lista os médicos peritos do INSS Renato Rabelo Amoy, Evaldo Luis Cretton Ribeiroe e Admardo Henrique Tavares.

 

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