Sem salário e sem explicação, funcionários de UPAs em Caxias são ameaçados de demissão se reclamarem do descaso

● Elizeu Pires

Desde maio que trabalhadores terceirizados que prestam serviços nas unidades de pronto atendimento dos bairros Parque Lafaiete e Sarapui, em Duque de Caxias, município mais rico da Baixada Fluminense, reclamam de atraso nos salários, o que parece não incomodar em nada o prefeito Wilson Reis (MDB), pois já se passaram mais de seis meses e os atrasos continuam, complicando a vida do pessoal que atua nas funções de porteiro e auxiliar de serviços gerais, contratado através da empresa LG da Silva Serviços Cominados.

De acordo com esses trabalhadores, além de não pagar os salários em dia e não garantir nenhum benefício, a empresa estaria ameaçando de demissão os que reclamam seus direitos, sem contar que essas unidades estariam sob controle de vereadores da base de sustentação do prefeito, que nada fazem para ajudar, situação que não pode ser ignorada pelo prefeito da cidade.

No sistema da Prefeitura consta que a LG da Silva foi contratada emergencialmente em fevereiro de 2022 por um período de seis meses, pelo valor global de R$ 2.945.797,01, para “prestação de serviços auxiliares especializados, para atendimento na UPA Parque Lafaiete e UPA Sarapuí”. Em dezembro do mesmo ano a empresa firmou um novo contrato, esse no valor de 5.199.000,00 e validade de um ano. Trata-se do contrato 01-044/2022, que venceu na última sexta-feira (1) e deverá ser renovado via termo aditivo, possivelmente com aumento do valor global, mas o curioso é que o Portal da Transparência do município não registra um só pagamento em nome da contratada.

Segundo os funcionários, eles tiveram os contratos de trabalho rescindidos no dia 30 de novembro, mas continuam trabalhando, mesmo sem terem recebido os salários de outubro e novembro. “Estamos sem pagamento, sem alimentação, sem passagem e não podemos perguntar sobre o assunto que somos ameaçados de demissão. Não falam nada para os funcionários e ainda temos que cobrir as faltas. Tem colegas que estão sendo despejados, não tem o que comer. Estamos pedindo socorro. Não sabemos mais o que fazer para receber”, disse um dos afetados pelo descaso da empresa e da Prefeitura em mensagem enviada ao elizeupires.com.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura e da empresa citada na matéria

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