Secretário estaria mandando mais do que o prefeito em Pádua

Titular da pasta da Fazenda teve passagens pelos municípios de Itatiaia, Porto Real e Seropédica

 


Embora tenha fama de durão desde os tempos em que comandava batalhões da Polícia Militar e foi secretário de Segurança no estado do Rio de Janeiro, o prefeito de Santo Antonio de Pádua, Josias Quintal, parece estar mais maleável ultimamente. Pelo menos é assim que gente próxima a ele está vendo o fato de um membro do governo, um nome de fora da região, se comportar como homem forte da gestão, demonstrando, segundo alguns empresários com contratos com a Prefeitura, mandar mais que o seu chefe imediato. Trata-se de Mauro Pantel de Almeida (foto), que teve passagens pelas prefeituras de Itatiaia, Porto Real e Seropédica, nas duas primeiras atuando ao lado de um parceiro de longa data, Celio Gamaro, listado com ele em processos movidos pelo Ministério Público por supostos atos de improbidade administrativa.

Alguns empresários interessados em participar de licitações reclamam de dificuldades para ter acesso aos editais, enquanto fornecedores e prestadores de serviços se queixam do atraso no pagamento de faturas e de uma situação vexatória. “Para receber é uma dificuldade danada. É preciso ficar se humilhando no gabinete dele como um pedinte”, diz o representante de empresa.

Mauro e seu parceiro Célio foram os homens fortes do ex-prefeito Almir Dumay em Itatiaia. A gestão foi tão desastrosa que Almir tornou alvo constante de inquéritos e ações judiciais e está inelegível pelo menos até 2020. Célio e Mauro Pantel foram membros do primeiro escalão do governo Dumay (1997-2004) juntamente com o ex-secretário de governo Vitor Marcio e o membro da comissão de licitações Kamal Ibrahim. Eles formaram o “Quarteto de Ouro” de Almir.

Em 2005, primeiro ano da gestão de Jorge Serfiotis, Célio, Mauro e Kamal foram para Porto Real. Vitor Marcio, embora não tenha seguido o mesmo destino – por ter sido eleito vereador em Itatiaia em 2004 -, viu a empresa Ivantes e Tavares Comercio de Material de Construção, da qual seu filho Wagner Tavares era um dos sócios, conquistar contatos vantajosos naquela cidade na área da construção civil. Wagner acabou réu em processos movidos pelo MP.

A queda da dupla em Porto Real aconteceu no dia 29 de maio de 2013. Sucessora de Serfiotis, a prefeita Maria Aparecida Rocha exonerou Mauro e Célio depois de uma série de matérias publicadas pelo elizeupires.com, apontando possíveis irregularidades em contratos de prestação de serviços assinados entre março e abril daquele ano e a renovação – sem licitação – de contratos antigos, comprometendo cerca de 30% da receita global prevista para aquele, em processos que teriam tramitando de maneira nada transparente.

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