Vereador de Miracema é preso sob acusação de assalto

Guillerni Ribeiro, o Guigui, foi preso na manhã desta quarta-feira em casa, onde foram encontradas munições de uso restrito

Prisão ocorre menos de um mês após o prefeito da cidade ter ajudado a tirar da cadeia o filho do parlamentar, um comerciante investigado por homicídio, tráfico e roubo

Uma operação do Ministério Público, com apoio das polícias Civil e Militar, resultou na prisão do vereador Guillerni Ribeiro de Camargo, o Guigui (MDB), suspeito de ter praticado pelo menos dois assaltos a mão armada. A prisão ocorreu dias após um filho dele, o comerciante , Rafael Xavier de Camargo – que responde a processo por ameaça, desacato e está sendo investigado em inquérito aberto para apurar os crimes de homicídio, tráfico de drogas, roubo e lavagem de dinheiro – ter ganho a liberdade por decisão judicial, em recurso no qual foi apresentada uma declaração do prefeito da cidade,  Clóvis Tostes, atestando que Rafael, que fora preso com duas armas, tem “conduta ilibada”. Rafael havia sido detido na operação Sentinela, também realizada pelo MP. O comando regional do MDB vai abrir um processo para expulsar o parlamentar da legenda.

Denominada Ficha Limpa, a operação desta quarta-feira é resultado de uma investigação aberta para investigar crimes de assalto ocorridos este ano. De acordo com a Polícia Civil, no cumprimento do mandado de prisão expedido contra o vereador foram encontradas munições de uso restrito. O vereador foi autuado na 137ª Delegacia Legal de Miracema e será levado para o Presídio Carlos Tinoco da Fonseca,  localizado no município de Campos.

O filho Guillerni tinha sido preso no dia 12 de setembro e a liminar que o soltou foi derrubada no dia 28 do mesmo mês pelo que o desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta, da 2ª Câmara Criminal no Tribunal de Justiça. O Juízo Criminal de Miracema voltou  a decretar a prisão filho do vereadora, mas este já havia saído da cidade.

No recurso que derrubou o relaxamento da prisão de Rafael o MP afirmou que na peça apresentada pela defesa do filho do vereador “foi utilizada declaração do prefeito da cidade relatando que Rafael possui conduta ilibada”. Já em sua decisão, o desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta descreveu: “em razão da influência exercida junto à Prefeitura de Miracema, o exercício do prestígio político poderá influenciar na produção da prova testemunhal, o que indicia a necessidade de se assegurar a instrução criminal. Reputo demonstrado, também, o risco concreto à ordem pública, diante dos indícios de práticas reiteradas de crimes por parte do réu, objeto, inclusive, de apuração pelo mesmo Juízo de Miracema”.

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