Uma das características da agricultura familiar em Magé é a multicultura com tecnologias de produção de alimentos, e o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu, está em sua terceira visita ao Brasil, este esta semana em dois sítios para conhecer as experiências de cultivo agroecológico dos agricultores familiares Oscar Ernesto e Adauri Silva, que produzem no coração do distrito agrícola da cidade que fica a 1h da capital do Rio.
Para a FAO, a agricultura familiar é a modalidade que contribui diretamente para o combate a fome. E a primeira parada foi no sítio do Adauri, na Cachoeira Grande, que usou o suporte e assistência técnica da Secretaria Municipal de Agricultura Sustentável de Magé e do Escritório Local da Emater-Rio, para se tornar um produtor diversificado de frutas e de pimentões coloridos. Ele adaptou a área de cultivo de pimentões com sistema de irrigação e estufa, protegendo a produção de possíveis insetos e pragas, além de oferecer abrigo do calor intenso e o clima tropical da Região Metropolitana, numa criação confinada em um ambiente ideal para extrair o melhor de sua produção.
Dongyu se interessou sobre o controle de pragas empregado na propriedade, já que o clima da região é quente e úmido. Experimentou goiaba, se apaixonou por palmito pupunha in natura e conheceu a pimenta dedo-de-moça. “Um dos indicadores de que a plantação não emprega uso de agrotóxicos é a presença de peixes e plantas aquáticas nos córregos da região”, analisou o diretor da FAO, que é engenheiro agrônomo e foi ministro da Agricultura na China antes do posto nas Nações Unidas, enquanto visitava a propriedade de Oscar Ernesto, que fica em Conceição de Suruí.
A comitiva da FAO que acompanhou o diretor foi recepcionada pela comunidade agrícola, a Secretaria de Agricultura Sustentável e Defesa dos Animais, da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, da Emater-Rio, Secretaria de Agricultura Sustentável, Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro – FIPERJ e do CCEWAME – Centro Cultural Waldemar Mello.
Além da apresentação das técnicas agrícolas empregadas na agricultura familiar de Magé, eles terão a oportunidade de almoçar em uma das propriedades visitadas, com um cardápio que conta com alimentos cultivados nas terras mageenses e destaque especial para o palmito pupunha, estrela da produção de Oscar que tem uma plantação com 30mil pés, iniciada há 15 anos, entre as diversas culturas da sua propriedade de 25 hectares.
Luiz Gustavo Leitão, engenheiro agrônomo e subsecretário de Agricultura Sustentável e Defesa dos Animais em Magé, destacou que a repercussão positiva do resultado no campo, é fruto da assistência técnica ofertada pela Prefeitura.
“Isso aí foi um evento muito importante, esse momento é histórico! Por que a gente está levando Magé para o mundo. É mostrar ao mundo todo o que Magé tem de bom. E o que a gente oferece em questão de preparo solo, compra consorciada, adubo orgânico, insumos, mudas de palmito… isso tem uma relevância enorme, colocando nossa cidade em visibilidade”, pontuou o subsecretário.
E a gente fica até surpreso, né! Porque ele saiu daqui maravilhado, e também o nosso secretário estadual de Agricultura que não imaginava também o potencial de Magé. Isso coroa o trabalho de Magé que é realizado pela parceria entre a Emater e a Prefeitura”, comemora o diretor do escritório-local da Emater-Rio em Magé, Edison Rodrigues.
Encantado, o secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Dr. Deodalto, teve ótimas impressões sobre a visita. “Eu fiquei impressionado com o que vi aqui hoje. Eu não sabia que Magé tinha grandes produções com tanta qualidade. O palmito pupunha não é típico em nosso estado, mas vimos com a assistência técnica o quanto ele tem potencial para ajudar esses pequenos produtores através do agrofundo. Com 2% do que é investido e com o crédito rural é possível ver o esse grande resultado”, destacou.
“Complementando o que o secretário [estadual] disse, Magé é um exemplo de produção, a gente encontra de tudo aqui. Vimos produção de pimentão, pimenta, goiaba, pupunha, batata-doce e são alguns que eu me lembro agora, e já podemos ver a diversidade que tem. A Emater-Rio identifica essas oportunidades, orienta os agricultores para que ele resolva problemas e encontre novas alternativas. E o palmito é justamente um grande exemplo disso que hoje é um grande destaque de produção”, finaliza o presidente Marcelo Monteiro da Costa.
(Via Secom/PMM)