CRT pode ficar mais 25 anos em Magé

E faz contagem eletrônica sobre evasão de pedágio em Piabetá e Imbariê

O sistema de monitoração que capta imagens nas entradas de Piabetá e Imbariê, bem como na descida do viaduto de Bongaba, nada tem a ver com segurança ou controle de trânsito. Trata-se de um equipamento de contagem eletrônica, que faz o levantamento de quantos veículos deixam a BR-116 entrando por Piabetá, saindo em Imbariê ou vice-versa, para que a Concessionária Rio Teresópolis tenha dados sobre o volume exato de carros e caminhões que deixam de pagar pedágio. Não há nada de ilegal nessa vigilância, mas é bom que os usuários do trecho que vai de Saracuruna (Duque de Caxias) a Além Paraíba (Minas Gerais), fiquem atentos, pois o prejuízo poderá ser embutido no contrato a ser firmado em 2021, quando o atual estará vencendo, uma vez que, ao contrário do que chegou a ser falado, a praça principal de cobrança não vai ser tirada de Magé, independente de quem venha vencer o novo processo licitatório deverá ser realizado em 2020.

Na verdade, a própria CRT está apostando que fica por mais 25 anos administrando o trecho de 142,5 quilômetros, uma vez que já está estruturada no município. No ano passado foi divulgado que a retirada do posto principal de cobrança de pedágio existente em Magé – que conta ainda com mais duas bases auxiliares – e que prejudica bastante o município estava sendo cogitada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, que admite apenas um estudo para dividir os pontos, distribuindo-os ao longo dos 142,5 quilômetros da Rodovia Santos Dumont (BR-116/RJ), o que poderia resultar na redução do valor da tarifa praticada na base principal, na entrada de Piabetá, na altura do bairro Bongaba, hoje fixada em R$ 18,10.

A CRT opera em Magé desde março de 1996 e um ano depois enfrentou a primeira reação. Em 1997 o prefeito Nelson Costa Mello, o Nelson do Posto, mandou quebrar uma barreira de concreto construída pela empresa, que queria impedir que veículos acessassem a rodovia pela Vila Recreio, mas a Justiça acabou autorizando a empresa a fechar o acesso e desde então a CRT vem ganhando todas as batalhas judiciais, fazendo uma única concessão em 2015, quando o prefeito Nestor Vidal conseguiu formalizar um acordo judicial, estabelecendo desconto de 50% para os veículos emplacados na cidade e a isenção para os moradores do entorno.

Se a CRT prejudica Magé, os moradores de Teresópolis não tem do que reclamar. Quem circula pelo trecho privatizado de lá até Além Paraíba não é tarifado e o município fica com a maior parte do bolo de ISS gerado pela concessionária. É que o imposto é pago com base na extensão privatizada em cada município e nessa Teresópolis leva a melhor com a CRT. Como o critério definido para o pagamento do tributo é o da quilometragem e Teresópolis tem a maior extensão do trecho da BR-116 sob concessão (48,70 quilômetros), acaba recebendo mais.

Pelo atual critério, o segundo município que mais recebe ISS da CRT é Sapucaia (37 quilômetros), seguido por Magé (24,5), Guapimirim (22), Duque de Caxias (8,3) e São José do Vale do Rio Preto (dois quilômetros).

 

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