Farra dos empréstimos milionários de Resende serve até para comprar carros zero: dinheiro parece estar sobrando na Prefeitura

Em nome da “modernização de gestão”, a Prefeitura de Resende adquiriu, no último dia 2 de abril, seis veículos zero quilômetros modelo Renault Sandero ao valor total de R$ 306 mil, segundo informações do processo administrativo 20.198/2018. Ainda de acordo com o documento, o dinheiro para a compra dos automóveis tem como origem o contrato financeiro 20/32735-8, cuja fonte é uma operação de crédito. Informações que também foram apresentadas como origem dos R$ 6 milhões gastos pela Prefeitura do final de 2018 para a compra de aproximadamente 12 mil lâmpadas de led.

A tal operação de crédito, em outras palavras, é um empréstimo bancário no valor total de R$ 15 milhões feito pelo município depois que o prefeito Diogo Balieiro Diniz conseguiu a aprovação, pela maioria dos vereadores, do Projeto de Lei 021, no pagar das luzes de 2017, para contrair o endividamento. O detalhe é que, além da compra das luminárias, o projeto, que se transformou na Lei 3331/2017 quatro dias depois da aprovação, autoriza o chefe do Poder Executivo a utilizar o dinheiro para finalidades diversas à iluminação pública, no caso infraestrutura viária e modernização de gestão. Para os observadores mais atentos, o empréstimo bancário também seria uma maneira “artificial” de produzir um superávit nas contas públicas, ainda que o futuro seja de vacas magras.

Como Balieiro emitiu um ofício recente à Câmara Municipal afirmando que a troca das lâmpadas seria abarcada por um contrato de manutenção existente desde 2016, a operação financeira do governante anda deixando a população preocupada com a manutenção dos serviços públicos nos próximos anos. Porque, além de contrair uma dívida R$ 9 milhões a mais do que o necessário para a compra das lâmpadas, recentemente o prefeito ainda conseguiu a aprovação da maioria dos vereadores para contrair um segundo empréstimo, no valor de R$ 17 milhões, com o argumento de construir uma alça viária, que na realidade seriam alguns trechos já existentes da cidade, os quais deverão ser recapeados. Com isso, o endividamento da cidade deverá saltar para R$ 108,6 milhões.

 

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