
Alvos permanentes de uma enxurrada de publicações nas redes sociais, as crianças e os idosos de Resende estariam entre os personagens prediletos do que é considerado um governo de cunho publicitário, adotado pelo prefeito Diogo Balieiro Diniz. Publicações que são bombardeadas por um exército de ocupantes de cargos comissionados que custam anualmente cerca de R$ 50 milhões ao bolso dos contribuintes, aproximadamente 10% de tudo o que a cidade arrecada. Mas, apesar da suposta bajulação, a esta camada “inocente” da população, Balieiro não destinou um centavo sequer dos R$ 32 milhões de empréstimos bancários a ações que envolvam idosos, crianças e adolescentes.
Ao todo foram cinco projetos em que o governante conseguiu, com a aprovação da maioria dos vereadores, sinal verde para contrair os empréstimos bancários. O primeiro deles, de R$ 15 milhões, aconteceu no apagar das luzes de 2017 e foi direcionado à compra de lâmpadas de led (R$ 6 milhões) e à aquisição de seis veículos zero quilômetro (R$ 306 mil), modelo Renault Sandero, até o momento. Isso porque, de acordo com o texto do Projeto de Lei aprovado (021/2017) o dinheiro do empréstimo só poderá ser usado para iluminação, obras viárias e modernização da gestão.
Como, dos R$ 15 milhões, restariam cerca de R$ 8,7 milhões em caixa, a outra possibilidade seria o uso deste dinheiro junto com os R$ 17 milhões previstos em outros quatro projetos apresentados recentemente pelo prefeito e que também foram aprovados. O problema é que Balieiro, ao fundamentar esses quatro projetos (015, 016, 017 e 018/2019) alegou que construiria alças viárias no município. O que gerou na cidade a expectativa da construção de uma via expressa para desafogar o trânsito na região central da cidade, no sentido de deslocar os veículos que transitam entre as regiões leste e oeste, onde está localizada a Grande Alegria. Descobriu-se, entretanto, que os empréstimos milionários de Balieiro seriam para asfaltar trechos já existentes e já asfaltados em sua maioria, o que provocou revolta na população, uma vez que a tal alça viária levaria o nada a lugar nenhum.
Quem paga a conta – O final de 2020 deverá dar início a um período ainda maior de arrocho nas contas públicas de Resende. Isso porque a administração municipal terá pela frente longos anos para quitar dívidas que deverão alcançar R$ 108,6 milhões, o que representa 21,4% da receita corrente liquida. A se confirmarem os próximos empréstimos bancários, a administração do prefeito Balieiro será responsável por aproximadamente 30% deste inchaço, uma vez que ele já adquiriu um empréstimo de R$ 15 milhões em 2018 e conseguiu aprovação da maioria dos vereadores, há algumas semanas, de quatro projetos que somados dão sinal verde ao governante para adquirir outros R$ 17 milhões, totalizando R$ 32 milhões. O reflexo dos empréstimos de Balieiro deverão ser sentidos por aqueles que mais dependem dos já combalidos serviços públicos.
Governo “publicitário” – O governante está no olho do furacão porque estaria buscando o apelo visual nas ações da administração local, uma jogada de marketing no sentido de promover a cor azul marinho adotada por seu governo e espalhá-la em todo canto possível do município, o que inclui até os latões de lixo e os uniformes das crianças e jovens da rede municipal de ensino. Somente em contrato publicitário, supostamente direcionado a “turbinar” a cor de Balieiro, Resende já gastou R$ 2,5 milhões com uma agência publicitária.
O espaço está aberto para a manifestação da administração municipal de Resende.