Polícia de Witzel não é páreo para a bandidagem em Belford Roxo

Traficantes e milicianos fazem o que bem entendem na ex-Cidade do Amor

 

Reivindicação antiga dos moradores de Belford Roxo, o 39º Batalhão da Polícia Militar foi criado em agosto de 2005, tendo sido recebido com festa por moradores e autoridades locais. Passados 14 anos, não há nada a comemorar, pois o que seria solução – e foi por durante algum tempo – hoje é motivo de zombaria numa cidade dividida entre milicianos e traficantes.

A Polícia Militar, comenta-se no corredor da Avenida Joaquim da Costa Lima, não tem sido páreo para a bandidagem que domina bairros inteiros, e os milicianos, que antes eram vistos como uma espécie de “protetores”, não conseguem fazer nem cócegas nos chefes locais do tráfico. Cremilson Almeida de Souza, o Coroa, dono do Complexo do Roseiral, que o diga…

Na área controlada por Coroa ninguém entra sem autorização. Nem as ações do poder público. Quem discorda do seu “jeito de governar”, tem um triste fim. Muitas famílias já saíram dos bairros do eixo Joaquim da Costa Lima, onde muitos estão saudosos dos tempos de Jorge Júlio da Costa dos Santos, o Joca. “No tempo dele (Joca) bandido não se criava aqui”, dizem por lá.

Joca foi vereador no tempo em que a localidade batizada por ele de “Cidade do Amor” era distrito de Nova Iguaçu. Foi o primeiro prefeito do município, onde há quem defenda a instalação de estátua em tamanho natural em homenagem a ele.

Se a Polícia Militar tornou-se mais atuante na Baixada Fluminense, onde os índices de criminalidade baixaram relativamente nos últimos seis meses nas outras cidades, em Belford Roxo isto não acontece. “A impressão que temos aqui é a de que o nosso batalhão está acuado. Sem reforço do Bope ou do Batalhão de Choque não se vê ação na cidade”, lamenta um comerciante.

Sob o domínio de Coroa – O nome Cremilson Almeida de Souza está no Portal dos Procurados. O bandido esteve preso por latrocínio, roubo à mão armada, tráfico e associação para o tráfico de drogas. Cumpria pena no Instituto Edgard Costa, em Niterói, de onde fugiu em 2014. Dois anos depois passou a aterrorizar os bairros periféricos de Belford Roxo.

Há uma recompensa de R$ 5 mil para quem indicar o paradeiro dele, mas, ao que parece, Coroa não se preocupa com isto, pois a cada dia fica mais audacioso. Em um dos pedidos de prisão decretados contra ele o Ministério Público relata que qualquer pessoa que more na região e mantenha algum tipo de relacionamento com policiais está condenada a morte.

Foi isso que aconteceu com um morador do bairro Sargento Roncalli há um ano: Wellington Figueira de Oliveira Júnior foi arrancado de casa e levado em seu próprio carro. Algumas horas depois o corpo dele foi encontrado carbonizado.

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