Teatro invisível: Presidente do IRM reitera inocência em relação a fatos apurados pela Polícia Federal

● Elizeu Pires

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“Estou sendo alvo por uma coisa que não fiz. Não fui candidato, não fiz fake News e muito menos contratei quem quer que seja para propagar acusações infundadas ou não contra esse ou aquele. Confio na Justiça, estou a disposição para prestar esclarecimentos e vou me defender dentro do devido processo legal”.

A afirmação é do presidente do Instituto Rio Metrópole (IRM), Davi Perini Vermelho, o Didê (foto), que continua em recuperação de um procedimento cirúrgico. Ele já havia divulgado uma nota oficial em relação à segunda fase da Operação Teatro Invisível, realizada na última quarta-feira (16), pela Polícia Federal, da qual, além dele, foram alvos os ex-prefeitos Aarão Neto (Mangaratiba) e Dr. Rubão (Itaguaí), o prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho e o deputado estadual Valdecy da Saúde, e outros quatro investigados, no âmbito de inquérito aberto para apurar a contratação de atores para propagar ataques e desinformações contra adversários políticos.

Didê acrescentou que na operação da última quarta-feira os agentes não encontraram em sua casa nenhum documento relacionado ao que está sendo investigado.

Esquema – A primeira fase da operação aconteceu no dia 12 de setembro de 2024, com a Polícia Federal atuando para desarticular uma organização criminosa voltada para a propagação de informações e notícias falsas sobre determinados candidatos em campanhas eleitorais para o cargo de prefeito em mais de dez municípios do estado do Rio de Janeiro.

Naquele dia foram cumpridos 4 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 8ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, também foi determinado o bloqueio judicial de bens dos investigados, no valor total de R$ 1 milhão para cada investigado.

Segundo a PF, apesar de a organização criminosa concentrar a sua atuação e os seus membros residirem majoritariamente no município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, comprovou-se que o esquema criminoso foi contratado e exportado para ao menos outras dez cidades do estado do Rio de Janeiro.

As investigações revelaram que a organização, por meio de seus líderes – que já chegaram a ocupar funções públicas em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro -, desenvolveu um sofisticado e lucrativo esquema baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de diversos municípios, e que os contratados, após receberem as instruções dos coordenadores acerca da propagação de notícias falsas sobre um determinado candidato à Prefeitura, passavam a circular diariamente pelo município alvo, infiltrando-se em locais com aglomerações de pessoas como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, difundindo aos eleitores falsas afirmações sobre um determinado postulante ao cargo de prefeito, no intuito de beneficiar o candidato para o qual o serviço criminoso fora contratado.

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